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Igreja não encerra culto há um mês para salvar refugiados na Holanda

A família Tamrazyan, que vive na Holanda há nove anos, está sendo ameaçada de deportação, mas a polícia não pode entrar na igreja enquanto houver culto

Internacional|Beatriz Sanz, do R7

Pastores fazem revezamento para liderar o culto
Pastores fazem revezamento para liderar o culto

A igreja de Bethel, em Haia, está realizando um culto que já dura mais um mês para proteger uma família de refugiados armênios de serem deportados da Holanda.

A família Tamrazyan fugiu da Armênia há mais de 9 anos, depois que o pai, Sasun, passou a ser ameaçado de morte por sua militância.

Ele vive na Holanda desde então, junto com a esposa Anousche e seus três filhos, Hayarpi, Warduhi.

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Os Tamrazyan já tinham uma decisão judicial que lhes concedia asilo, conquistada a duras penas, no entanto, o governo da Holanda conseguiu reverter a decisão.


Depois disso, a família solicitou a proteção do “perdão da criança”, um programa holandês que dá residência a famílias de refugiados com crianças e que vivam no país há mais de cinco anos.

Mesmo cumprindo todos os requisitos, os Tamrazyan não foram beneficiados por essa política. O resultado era esperado, já que o governo holandês só concedeu 100 dos 1.360 pedidos de perdão de criança que recebeu desde maio de 2013, segundo um levantamento feito pela revista Quartz.


Assim como outros países da Europa ocidental, a Holanda tem políticas muito duras de imigração que contrastam com a visão progressista que existe do país.

Asilo na Igreja Haia


Com medo de serem expulsos, a filha mais velha, Hayarpi, 21, gravou um vídeo e publicou nas redes sociais, explicando o caso de sua família.

"Esta semana eu posso ser expulsa da Holanda depois de 9 anos", disse. "Em nome do meu irmão e irmã, eu peço ajuda".

Os amigos da família têm medo que eles sofram represálias se forem deportados e obrigados a voltar para a Armênia.

Foi então que o pastor Axel Wicke, responsável pela igreja Betel em Haia se ofereceu para acolher a família.

O pastor respondeu a jovem no Twitter e se comprometeu a fazer uma maratona de cultos para que a família não seja expulsa.

De acordo com a lei holandesa, a polícia não pode interromper cultos religiosos que estejam em andamento.

O culto que começou no último dia 25 de outubro já dura mais de 700 horas. Pastores de todo o país se uniram para fazer o revezamento da celebração.

Além disso, as pessoas da comunidade estão indo aos cultos para prestar solidariedade à família Tamrazyan.

Nas redes sociais de Hayarpi Tamrazyan, os agradecimentos se multiplicam. Ao mesmo tempo a hashtag #KerkasielBethel que significa Asilo da Igreja Betel, em holandês, se espalhou pelo mundo, com mensagens de apoio à família.

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