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Influente padre esloveno se torna centro de escândalo de violência sexual que atinge Igreja Católica

Marko Rupnik foi acusado por nove freiras de ter cometido abusos sexuais e psicológicos no começo dos anos 1990

Internacional|Do R7

As acusações de violência sexual contra um influente padre e artista esloveno abalaram a Ordem dos Jesuítas, à qual pertence o papa Francisco, e revigoraram o debate sobre o tratamento desses casos na Igreja.

Os meios de comunicação informaram que o teólogo e mosaicista Marko Rupnik, de 68 anos, foi acusado de violência sexual e psicológica por nove freiras na comunidade de Liubliana, Eslovênia, no começo dos anos 1990.

Os jesuítas, padres de uma das principais ordens católicas, fundada em 1540, tiveram de esclarecer, nas últimas semanas, as medidas tomadas por conta das revelações feitas na imprensa italiana, o que provocou reações acaloradas.

Em meados de dezembro, a Ordem dos Jesuítas em Roma reconheceu ter aberto uma investigação e imposto sanções ao padre Rupnik, que mais tarde se tornou diretor de um centro cultural na capital italiana.

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O Dicastério (equivalente a um ministério para o governo do Vaticano) para a Doutrina da Fé recebeu uma denúncia sobre "as relações entre o padre Rupnik e os adultos consagrados da comunidade de Loyola, na Eslovênia", confirmou o padre Arturo Sosa, superior-geral dos jesuítas. Ele afirma que o processo não se referia a nenhum menor.

O Vaticano encerrou o processo em outubro, sem uma investigação canônica, e apenas impôs ao padre Rupnik a proibição de receber confissões e acompanhar atividades espirituais. 

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Acusado também de ter tido relações sexuais com uma mulher e sido absolvido, o padre foi brevemente excomungado em 2020 pelo Vaticano, a mais alta sanção possível, imediatamente suspensa.

"Para suspender a excomunhão, a pessoa deve reconhecer o fato e se arrepender formalmente. O que Rupnik fez", explicou o padre Sosa.

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Questionado se o papa estava envolvido no caso, padre Sosa respondeu: "Antes de tomar a decisão, imagino que o prefeito do dicastério se encontrou com o papa. Mas não posso confirmar".

Em entrevista ao jornal investigativo italiano Domani, uma freira de 58 anos afirmou ter sofrido a "influência psicológica" de Rupnik para forçá-la a fazer sexo com ele.

A mesma freira conta que cerca de 20 irmãs sofreram os mesmos atos. Ela acredita que o padre foi "protegido" por sua hierarquia no contexto da "omertà" e afirma que todas as suas queixas desde os anos 1990 ficaram sem resposta.

Sob pressão, a Ordem dos Jesuítas publicou a cronologia dos acontecimentos e lançou um apelo para denunciar qualquer novo caso.

Contatado pela AFP, o Vaticano — que nunca comunicou oficialmente esse caso — não quis comentar.

Na quinta-feira (29), os bispos da Eslovênia expressaram sua "consternação" e "tristeza" e denunciaram atos "inadmissíveis", que permaneceram intocados durante anos.

“Lamentamos a incapacidade dos responsáveis de tomarem as medidas necessárias, a ocultação de atos de violência sexual e espiritual, bem como o abuso de poder e de autoridade”, declararam.

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