A jovem Shamima Begum, uma ex-esposa do Daesh, não possui mais a cidadania britânica. Agora, Bangladesh também afirmou que a mulher não tem direito à nacionalidade bengali, nem é bem vinda ao país. Sendo assim, a jovem corre o risco de se tornar uma apátrida.
Begum, que teve seu filho no último domingo (17) fugiu do Reino Unido aos 15 anos junto com outras duas amigas para se juntar ao Daesh.
A decisão do governo britânico de expulsá-la de sua cidadania só tem validade se a jovem puder recorrer a uma outra nacionalidade. E já que Bangladesh se recusa a aceitá-la, essa história pode se tornar um grande imbróglio diplomático.
O Ministério das Relações Exteriores de Bangladesh afirmou em nota que o governo está "profundamente preocupado" por ela ter sido "erroneamente identificada" como uma cidadã de Bangladesh. A nota diz também que o país tinha uma abordagem de "tolerância zero" ao terrorismo.
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O Ministério declarou ainda que Begum nunca pediu a dupla nacionalidade com Bangladesh e sequer visitou o país.
Ela é filha de mãe bengali e pai britânico e o governo do Reino Unido considerou isso quando a despejou de sua nacionalidade britânica.
De acordo com as leis de Bangladesh, a jovem é considerada bengali até os 21 anos, mesmo sem nunca ter requisitado sua dupla nacionalidade ou visitado o país.
Apátrida, bengali ou holandesa
Begum afirmou à imprensa britânica que ficou muito chateada com a decisão do governo de retirar sua cidadania. Ela esperava ter a chance de convencê-los que a decisão de se unir ao Daesh foi resultado de uma imprudência da adolescência.
A jovem considera solicitar a cidadania holandesa, já que o marido com quem se casou quando juntou aos extremistas é um holandês que se converteu ao islamismo.
Enquanto isso, o ministro do Interior do Reino Unido, Sajid Javid, sugeriu que o bebê de Begum ainda poderia ser britânico. "As crianças não devem sofrer. Então, se um dos pais perde sua cidadania britânica, isso não afeta os direitos de seu filho".