Irã estreita laços com terroristas do Hamas e associa resposta de Israel ao iraquiano Saddam Hussein
EUA romperam com regime dos aiatolás após a revolução islâmica em 1979 e se aproximaram do ditador em guerra nos anos 1980
Internacional|Do R7
O Irã voltou a dialogar com os terroristas do Hamas, nesta quinta-feira (2), num esforço para estreitar a relação e saber detalhes da guerra com Israel, que responde com bombardeios diários em Gaza desde 7 de outubro, data da invasão dos extremistas ao sul do país. Na ocasião, 1.400 pessoas foram assassinadas pelo Hamas — a maioria civil.
Ao mesmo tempo, o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, associou os ataques a Gaza à guerra promovida pelo ditador do Iraque Saddam Hussein contra o regime fundamentalista dos aiatolás nos anos 1980, logo depois da revolução islâmica de 1979, que depôs o xá, ou imperador, Reza Pahlevi, então aliado dos EUA.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, informou nesta sexta-feira (3) que conversou por telefone, na véspera, com o chefe do gabinete político do movimento terrorista palestino Hamas, Ismail Haniyeh, para discutir os últimos acontecimentos na Palestina.
“Num telefonema nesta noite com o senhor Sheikh Ismail Haniyeh, chefe do gabinete político do Hamas, trocamos opiniões sobre os últimos desenvolvimentos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia da Palestina”, escreveu Amirabdollahian na rede social X. O ministro iraniano reuniu-se, na última terça-feira (31), com Haniyeh pela segunda vez desde o início da guerra.
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Semelhança entre Israel e Saddam Hussein
O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, disse nesta sexta-feira que os bombardeios do regime sionista de Israel em Gaza lembram a guerra “de agressão de Saddam Hussein, apoiada pelos EUA, contra o Irã na década de 1980”. A declaração foi dada à agência oficial de notícias do Irã, a Irna.
“O que vemos na Palestina hoje nós experimentamos na guerra provocada [por Hussein]”, afirmou Raisi em uma agenda na localidade de Baneh, no oeste do Irã. Ele lembrou que, na guerra Irã-Iraque, o regime de Saddam Hussein lançou bombas sobre Baneh e massacrou o seu povo.
“Hoje, a mesma corrente [moralmente] errada e os mesmos Estados Unidos que criaram um desastre na guerra provocada [pelo Iraque] comete atrocidades na Palestina”, disse. “A mesma corrente que, ontem, destruiu as cidades do Curdistão e do Khuzistão está destruindo hoje as casas do povo palestino.”
O iraniano disse que, se o criminoso Saddam Hussein e os seus então apoiadores EUA e Europa tivessem sido julgados à altura, os crimes horríveis cometidos pelos EUA e por Israel não teriam acontecido.
“Quatro mil crianças palestinas foram mortas. Onde esse crime será investigado?”, questionou. “Não temos dúvidas de que a frente justa e palestina sairá vitoriosa”, finalizou o presidente do Irã, apoiador dos terroristas do Hamas.
Ameaças do Hezbollah
O líder do grupo terrorista libanês Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, afirmou nesta sexta, em seu primeiro pronunciamento após o início do conflito entre Israel e os terroristas do Hamas, em 7 de outubro, que não descarta uma guerra contra o Exército israelense.
“Todas as opções estão abertas”, disse Nasrallah no pronunciamento, transmitido em vídeo para milhares de pessoas no bairro de Hadath, em Beirute, a capital do Líbano.
O extremista voltou a ameaçar Israel. "Alguns afirmam que o Hezbollah está prestes a entrar na briga. Eu digo: estamos envolvidos nessa batalha desde 8 de outubro", disse. "Alguns gostariam que o Hezbollah se envolvesse em uma guerra total. Mas eu posso dizer que o que está acontecendo agora ao longo da fronteira entre Israel e o Líbano é significativo, e não é o fim.”
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