Irã promete vingança por morte de general da Guarda Revolucionária em bombardeio na Síria
Seyyed Razi Mousavi estava em uma missão e foi atingido durante um ataque israelense a alvos terroristas no país vizinho
Internacional|Do R7
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, major-general Mohammad Hossein Baqeri, afirmou que a morte de um alto oficial da Guarda Revolucionária, em um bombardeio israelense na Síria, não ficará impune.
O importante conselheiro militar Seyyed Razi Mousavi foi atingido por mísseis disparados a partir de Israel que tinham como alvo instalações terroristas no subúrbio da capital, Damasco, na segunda-feira (25).
Em carta ao secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, o embaixador iraniano na entidade, Amir Saeed Iravani, afirmou que "o Irã reserva-se o seu direito legítimo e inerente, ao abrigo do direito internacional e da Carta das Nações Unidas, de responder de forma decisiva em um momento apropriado e considerado necessário".
O Centro Nacional de Contraterrorismo dos EUA descreve a Guarda Revolucionária como uma "força armada do estado iraniano encarregada de defender o regime revolucionário do Irã".
"Ela é separada das forças militares convencionais do Irã e inclui forças terrestres, navais e aéreas, além de componentes como uma milícia de segurança interna (o Basij) e uma força de operações externas, a Força Quds."
A Força Quds é classificada pelos Estados Unidos como uma organização terrorista e acusada de usar capacidades de inteligência e militares próprias e de grupos na região para promover instabilidades políticas no Oriente Médio.
"Ela forneceu equipamentos militares avançados ao Hezbollah libanês, incluindo sistemas de defesa aérea, mísseis de cruzeiro de defesa costeira, foguetes de longo alcance e sistemas de aeronaves não tripuladas. Também abastece grupos militantes xiitas iraquianos com armas antiaéreas, projéteis explosivos perfurantes, dispositivos explosivos improvisados, foguetes, granadas propelidas por foguetes e UAS [drones]", afirma o Centro Nacional de Contraterrorismo.
O ex-comandante da Força Quds e à época comandante da Guarda Revolucionária do Irã Qassem Soleimani foi assassinado em janeiro de 2020, em um ataque aéreo promovido pelos Estados Unidos, logo após sair do aeroporto de Bagdá, no Iraque.
No começo de novembro, um avião cargueiro iraniano conhecido por transportar armas pousou nos arredores de Damasco.
A dona da aeronave é a Pouya Air, empresa que é alvo de sanções do Departamento de Estado americano desde agosto de 2014. Na ocasião, um comunicado afirmava que a operadora era "um pseudônimo da companhia aérea iraniana designada Yas Air", também sancionada, em 2012.
As sanções se deram, segundo o Departamento de Estado, "por agir para ou em nome do IRGC-QF [sigla em inglês para Força Quds da Guarda Revolucionária do Irã] para o transporte de carga ilícita, incluindo armas, para clientes do Irã no Levante [região onde fica a Síria]".