Jovem de 19 anos é morto durante protesto contra racismo nos EUA
Pelo 4º dia seguido, manifestações contra a morte de George Floyd, um homem negro, por um policial branco tomam conta de várias cidades do país
Internacional|Do R7, com informações de agências internacionais
Um jovem de 19 anos foi baleado e morto durante protestos em Detroit, em Michigan, nos Estados Unidos, nesta sexta-feira (29).
Em comunicado, a polícia local informou que a vítima foi atingida por tiros disparados contra a multidão que protesta contra o racismo, a violência policial e o assassinato de George Floyd pela polícia.
De acordo com o comunicado, um suspeito em um carro disparou contra os manifestantes no centro da cidade. A polícia não confirmou se a vítima, que chegou a ser socorrida, participava do protesto.
Em Detroit, uma pessoa foi presa após tentar atropelar um policial, segundo o chefe da corporação local, James Craig.
“Não vou ficar parado e deixar que uma pequena minoria, criminosos, entre aqui, ataque nossos oficiais e torne nossa comunidade insegura. Apenas saiba, não vamos tolerar isso ”, disse Craig.
Situação em Minneapolis
Os protestos contra a morte de George Floyd entram na quarta noite nesta sexta-feira (29) com prisões, feridos e confrontos com policiais em várias cidades dos Estados Unidos.
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Em Minneapolis, em Minnesota, onde George Floyd, um homem negro de 46 anos, foi morto por sufocamento em uma abordagem policial, várias pessoas foram presas por ignorar o toque de recolher, em vigência desde as 20h desta sexta-feira até as 6h de domingo (31), determinado pelo prefeito Jacb Frey.
A polícia local informou que os manifestantes em torno da 5ª delegacia ignoraram as ordens de dispersão e houve confronto, com uso de gás lacrimogênio e cassetetes por parte dos agentes.
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Os manifestantes criaram barricadas e gritaram "não consigo respirar", frase dita por George Floyd antes de morrer.
Pelo Twitter, a polícia de Minneapolis informou que tiros foram disparados contra a delegacia, mas que nenhum agente foi atingido.
O governador de Minnesota, Tim Waltz, classificou a situação em Minneapolis como "incrivelmente perigosa". "Esta é a maior mobilização civil na história de Minnesota que temos hoje", disse Walz.
Protestos em outras cidades
Em Charlotte, na Carolina do Norte, várias pessoas foram presas após atirar pedras em uma delegacia e em policiais. De acordo com o departamento policial, viaturas foram atingidas e janelas foram quebradas. Os policiais usaram gás lacrimogênio contra os manifestantes.
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Um policial ficou ferido durante a invasão à sede da rede de TV norte-americana CNN em Atlanta, na Georgia. Os manifestantes usaram fogos de artifício dentro do prédio e, segundo a CNN, uma pessoa foi presa. Além disso, um incêndio também foi registrado perto do Parque Olímpico do Centenário.
A prefeita Keisha Lance Bottoms condenou a violência dos manifestantes e pediu para que eles deixem as ruas. “Isso não é protesto. Isso é caos. Se você se importa com esta cidade, vá para casa”.
Em Washington, os manifestantes cercaram a Casa Branca, que já foi liberada, e acessaram o complexo do Departamento do Tesouro, onde picharam palavras de ordem. O Serviço Secreto deteve alguns manifestantes, que foram liberados em seguida.
Com gritos de Black lives matter (vidas negras importam), os manifestantes também ocuparam as ruas da cidade de Nova York, sobretudo em Manhattan e no Brooklyn, onde uma viatura foi incendiada.
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A polícia de Lousville, em Kentucky, usou gás lacrimogênio para conter os atos e prendeu duas pessoas. Segundo a polícia, os protestos na cidade estão se avolumando e ficando cada vez maiores na comparação com o dia anterior. Foram registrados pequenos incêndios e pichações.
Em Houston, no Texas, foram registradas ao menos 60 prisões, além de relatos de saques e danos a edifícios. O presidente da União de Policiais de Houston, Joe Gamaldi, informou, sem detalhar os números, que agentes da corporação foram hospitalizados após “ataques” durantes protestos. Ele também relatou que viaturas e prédios foram danificados. De acordo com a CNN local, ao menos 60 pessoas foram presas.
Sylvester Tunner, prefeito de Houston, pediu que os manifestantes retornem para suas casas “para sua segurança”. Todos os acessos à região central foram fechados, assim como as rodovias que dão acesso à cidade.
Protestos com cenas de violência também foram registrados em Los Angeles, na Califórnia, onde policiais usaram cassetetes e spray de pimenta para conter manifestantes em frente a um batalhão da corporação e ao prédio da prefeitura.
Os manifestantes ainda tomaram as ruas Las Vegas (Nevada), Dallas (Texas), Okland (Califórnia), Denver (no Colorado), Columbus (Ohio) e Detroit (Michigan).
Morte de George Floyd
George Floyd, um homem negro de 46 anos, foi morto na última segunda-feira (25) durante uma abordagem policial na cidade de Minneapolis, em Minnesota. Ele era suspeito de pagar compras com uma nota de U$S 20 falsa.
Uma mulher que passava pela rua gravou a prisão. No vídeo, é possível ver o policial branco Dereck Chauvin ajoelhado sob o pescoço de Floyd, que estava algemado. Floyd implorou pela vida várias e vezes e disse frase “não consigo respirar”. Após 10 minutos, ele perdeu os sentidos, foi socorrido, mas não resistiu.
Chauvin e outros três policiais que participaram da abordagem foram demitidos no mesmo dia. E, nesta sexta-feira, Chauvin foi preso acusado de assassinato.
A divulgação do vídeo na internet reacendeu a revolta nos Estados Unidos contra diversos casos de violência policial em abordagem contra negros. Os protestos se espalharam por todo o país.