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Kim Jong-un envia soldados à Rússia com salário de R$ 11,5 mil e isola famílias para evitar fofoca

Coreia do Sul afirma que, até dezembro, número de militares norte-coreanos mandados à Europa chegue a 10 mil

Internacional|Do R7

Envio de tropas norte-coreanas faz parte de acordo militar com a Rússia Divulgação/KCNA - 19.06.2024

Cerca de 3.000 soldados da Coreia do Norte já foram enviados à Rússia para apoiar a guerra contra a Ucrânia, com a previsão de que o total de militares despachados chegue a 10 mil até dezembro, conforme informações divulgadas pela NIS (Agência Nacional de Inteligência da Coreia do Sul) nesta quarta-feira (23).

Cada soldado norte-coreano está recebendo um salário de aproximadamente US$ 2.000 (cerca de R$ 11,5 mil) mensais pelo serviço prestado à Rússia, ainda de acordo com as autoridades.

A informação foi revelada durante uma reunião a portas fechadas entre o NIS e o comitê de inteligência do parlamento sul-coreano, noticiou a agência estatal de notícias da Coreia do Sul, a Yonhap.

O primeiro contingente de cerca de 1.500 soldados chegou à Rússia entre 8 e 13 de outubro, e outros 1.500 já foram enviados desde então.


No entanto, os militares norte-coreanos ainda não foram enviados diretamente para o campo de batalha, permanecendo em instalações militares russas, onde passam por um período de adaptação.

Durante esse período, os soldados estão recebendo treinamento especializado, que inclui o manuseio de equipamentos militares e o uso de drones.


Todavia, instrutores russos relataram que, apesar da boa preparação física e mental dos soldados norte-coreanos, eles apresentam pouca familiaridade com os conceitos da guerra moderna, o que levanta preocupações sobre possíveis baixas entre eles.

Com cerca de 1,3 milhão de membros ativos, a Coreia do Norte tem o quarto maior exército do mundo. As Forças Armadas do país empregam em torno de 5% da população — há ainda 600 mil reservistas.


Famílias isoladas

Em meio ao envio de tropas, a inteligência sul-coreana identificou sinais de que o regime de Kim Jong-un realocou as famílias dos militares em um local não revelado, em uma tentativa de manter a confidencialidade da operação.

A notícia, porém, já circula entre a comunidade local, com relatos de que alguns familiares demonstraram profunda tristeza pela partida dos soldados.

O envio das tropas teria sido discutido em junho, durante uma visita oficial, quando o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente russo, Vladimir Putin, assinaram um pacto de defesa mútua.

Sob esse acordo, os dois países se comprometeram a apoiar-se em caso de agressão externa. Além de fortalecer os laços militares com a Rússia, o movimento de Pyongyang visa garantir o apoio russo em questões da península coreana, aliviar suas dificuldades econômicas e modernizar suas forças armadas.

O Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, confirmou recentemente a presença das tropas norte-coreanas na Rússia, sendo essa a primeira confirmação oficial por um alto funcionário dos EUA sobre o envolvimento de Pyongyang no conflito.

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