O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, vem promovendo a modernização das Forças Armadas do país. Um dos projetos em desenvolvimento é a construção de um navio de guerra moderno capaz de atirar diferentes tipos de mísseis em longas distâncias.A embarcação foi exibida na emissora estatal KCTV, que também mostrou o ditador Kim Jong-un inspecionando a construção do navio de guerra. As gravações indicam que a embarcação pode estar equipada com armamentos semelhantes aos utilizados por marinhas modernas, incluindo sistemas capazes de disparar mísseis antiaéreos e balísticos em múltiplas direções.O avanço acontece mesmo sob as sanções impostas pelas Nações Unidas, que limitam o acesso da Coreia do Norte a recursos e tecnologias fundamentais para a produção de armamentos de alta tecnologia.Ainda assim, especialistas apontam que a aproximação com a Rússia desde o início do conflito na Ucrânia pode estar permitindo à Coreia do Norte driblar as sanções da ONU.O almirante aposentado da Marinha sul-coreana, Kim Duk-ki, afirmou acreditar que a Rússia pode estar compartilhando tecnologia com a Coreia do Norte e, assim, ajudando a aprimorar os sistemas de mísseis navais norte-coreano.Segundo o ex-capitão da Marinha dos EUA e analista baseado no Havaí, Carl Schuster, grande parte dos estaleiros conseguem construir o casco e os sistemas de propulsão. No entanto, os navios de guerra exigem um maior acúmulo de tecnologias.“Navios de guerra modernos representam um desafio de integração entre comunicações, armamentos e tecnologias de sensores acústicos e eletrônicos, o que não é algo facilmente alcançável”, disse.Em entrevista à CNN, o parlamentar sul-coreano Kim Byung-kee, questionou se Pyongyang realmente possui dinheiro, tecnologia para construir um navio de guerra avançado ou infraestrutura para sustentá-lo.“Operar um navio militar de grande porte exige um orçamento significativo. Não basta construir o navio, é preciso formar uma equipe para operá-lo — e isso inclui custo de equipamentos e combustível. Além disso, um navio grande não pode sair ao mar sozinho. A pergunta é: a Coreia do Norte tem condições financeiras para isso?”, afirmou.Por outro lado, Kim Duk-ki alertou para os riscos de subestimar suas capacidades.“Se a Coreia do Norte equipar a nova fragata com o míssil balístico hipersônico que afirma ter testado com sucesso em janeiro, isso terá um impacto transformador na segurança regional”, alertou.A Agência de Inteligência de Defesa dos EUA estimou, em 2021, que a Marinha da Coreia do Norte contava com cerca de 400 navios de patrulha e combate, e 70 submarinos. Apesar do número elevado, a maioria dos navios é antiga e de pequeno porte.O analista do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, Joseph Dempsey, escreveu em janeiro que a Coreia do Norte possui apenas dois navios de combate de superfície principais.O relatório da Agência de Inteligência de Defesa dos Estados Unidos (DIA) afirma que, em caso de conflito com a Coreia do Sul ou os EUA, a marinha norte-coreana estaria limitada à defesa da sua costa, por conta da superioridade das frotas de ambos países.Kim Jong-un tem forçado a modernização das frotas navais. A Coreia do Norte também desenvolveu submarinos e mísseis para serem lançados por esses aparelhos.Segundo o parlamentar sul-coreano Yu Yong-won, um submarino de propulsão nuclear está sendo construído no estaleiro do porto norte-coreano de Sinpo, e outra fragata está em desenvolvimento na terceira maior cidade da Coreia do Norte, Chongjin.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp