La Paz registra desabastecimento de alimentos e importará combustível
Após início dos protestos no país, estradas e rodovias fechadas obrigam governo a contratar avião para transportar alimentos para capital do país
Internacional|Mariana Ghirello, Do R7 com agências internacionais

Há quase um mês, a Bolívia vive dias de intensos protestos em várias cidades causando efeitos no mercado interno. Na capital La Paz os mercados não estão recebendo alimentos e nem combustível, para solucionar o problema, o governo deverá contratar aviões para trazer carne e ainda irá importar combustível.
Bolívia tem novo dia de protestos contra governo autodeclarado
Segundo o jornal El Deber, o ministro que acaba de assumir a pasta equivalente a Minas e Energia, Víctor Hugo Zamora, afirmou em entrevista que está trabalhando para reestabelecer a distribuição na capital e em outras partes do país.
A proposta é importar uma grande quantidade de gasolina e diesel do Chile e do Peru, já que uma das refinarias que abastece a capital está localizada em El Alto, cidade onde manifestantes protestam contra a saída de Evo Morales da presidência, fechando a estrada que liga a cidade a La Paz.
De acordo com o ministro, os cinco acessos que possui a refinaria de Senkata estão fechados. Zamora disse que está disposto a conversar com algum interlocutor e representante dos manifestantes. Ele reforçou que a demanda dos manifestantes é a saída da presidente Jeanine Áñez, 'o que não irá acontecer'.
Brasil e Argentina
O ministro também falou sobre o desabastecimento de gás natural e a exportação do produto para Brasil e Argentina. Zamora disse que deverá rever o contrato que a Bolívia mantém com os dois países porque ele disse que ainda vão averiguar as reservas de gás no país.
Sobre o abastecimento de gás de cozinha, o ministro não reconhece a elevação dos preços, conforme relataram bolivianos, porque segundo Zamora existem dutos que comunicando as cidades. Mas que a indústria está sofrendo com a falta do produto devido a um atentado no duto Carrasco-Cochabamba.
O jornal La Razón destaca que o ministro de Desenvolvimento de Produção e Economia Plural, Wilfredo Rojo, anunciou que o governo estuda contratar aviões de carga para trazer alimentos para La Paz, furando o bloqueio das estradas e rodovias.
'Estamos procurando aviões que possam vir do exterior com maior capacidade de carga e nos ajudem a solucionar este tema', disse o ministro em coletiva de imprensa. Segundo ele, estes produtos poderão vir do Chile, Peru ou Brasil, mas com algum custo adicional de de 20% a 30%.
De acordo com a Unitel, televisão local, alguns alimentos começam a faltar em mercados municipais. Vegetais mais sensíveis como pimentão, ervilha, batata, cebola não estão sendo trazidos. E os poucos alimentos que chegam, são vendidos com preços elevados.
Também se registram longas para para comprar carne e frango. As pessoas recebem uma ficha para poder comprar os produtos que são insuficientes para atender a toda população da capital.
Decreto presidencial
A Anistia Internacional também condenou o decreto presidencial que retirou as responsabilização penal dos militares e policiais que atuam para conter os protestos. Segundo o órgão internacional, o decreto "promove impunidade para os integrantes das Forças Armadas" e deve ser derrubado imediatamente.
"A grave crise de direitos humanos que atravess a Bolívia após as eleições do dia 20 de outubro foi agravada pela intervenção e ação das Forças de segurança. Qualquer mensagem que indique carta branca para a impunidade é gravíssimo", disse Erika Guevara Rosas, diretora para las Américas de AI.
Veja as fotos dos protestos registrados nesta segunda-feira (18), na Bolívia
Apesar da forte repressão aos protestos do final de semana na Bolívia, que resultaram em 15 manifestantes mortos, milhares de manifestantes voltaram às ruas de Cochabamba (foto) e La Paz, em protestos contra o governo autodeclarado de Jeanine Añez, apó...
Apesar da forte repressão aos protestos do final de semana na Bolívia, que resultaram em 15 manifestantes mortos, milhares de manifestantes voltaram às ruas de Cochabamba (foto) e La Paz, em protestos contra o governo autodeclarado de Jeanine Añez, após a renúncia de Evo Morales












