Maduro ironiza acusação de Moreno sobre intervenção no Equador
Presidente da Venezuela fez brincadeira com alegações de Lenín Moreno, de que ele estaria por trás dos protestos contra seu governo no Equador
Internacional|Da EFE
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ironizou nesta terça-feira (8) as acusações feitas ontem pelo presidente do Equador, Lenín Moreno, que afirmou o líder chavista está por trás dos protestos registrados em Quito e no resto do país.
"Ontem, o presidente Lenín Moreno disse que o está ocorrendo por lá é culpa minha, que eu mexo meu bigode e derrubo governo. Estou agora pensando qual é o próximo governo que posso derrubar com meu bigode", debochou Maduro em um evento oficial transmitido pela emissora estatal "VTV".
"Não sou o Super-Homem, sou o superbigode", brincou.
Leia também: Equador cancela aulas, produção de petróleo e muda sede do governo
Moreno acusou Maduro de estar ajudando o ex-presidente equatoriano Rafael Correa em um plano para desestabilizar o país com os protestos registrados desde a última quinta-feira. Os manifestantes foram às ruas para exigir a revogação de um pacote econômico, parte de um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Leia também
Indígenas invadem parlamento para exigir renúncia de Lenín Moreno
Presidente do Equador limita circulação perto de prédios públicos
Equador: Jovem cai de passarela e morre; testemunha acusa a polícia
Indígenas protestam no Equador e interditam rodovias até Quito
Manifestantes atacam antenas de TV durante protestos no Equador
Para Maduro, o presidente do Equador está "fora da realidade" e "totalmente desorientado", cercado de assessores que não são capazes de dizer quando ele está equivocado.
"É valente para tirar os benefícios, os direitos sociais de um povo? Valente para trair um povo? Valente para se entregar ao FMI? Se o senhor Lenín Moreno quiser ver a realidade, revogue esse pacote econômico e dialogue com o povo do Equador", sugeriu Maduro.
O líder chavista também pediu que Moreno observe como a Venezuela faz para "satisfazer as necessidades de um povo" e criticou o FMI de querer impor na América Latina um "modelo excludente, gerador de miséria e pobreza, um modelo oligárquico que beneficia o capital".
"Por isso o povo do Equador está na rua, não é por Maduro, é por sobrevivência, por resistência, rejeitando o FMI e seu modelo capitalista selvagem", argumentou o presidente da Venezuela.
Veja abaixo as principais imagens dos protestos no Equador