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Mãe brasileira libertada tenta encontrar filho perdido nos EUA

Segundo o Cônsul do Brasil em Houston, cerca de 500 brasileiros estão presos, mas foco está nas crianças que foram separadas dos pais

Internacional|Beatriz Sanz, do R7

Crianças separadas dos pais imigrantes ficam em abrigos
Crianças separadas dos pais imigrantes ficam em abrigos

Uma mãe brasileira que foi presa nos Estados Unidos ao cruzar a fronteira ilegalmente já está livre, mas aguarda por seu filho que foi separado dela. A criança de 9 anos recebeu nesta sexta-feira (22) a visita do cônsul do Brasil em Houston, Felipe Santarosa.

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Segundo ele, atualmente a mãe está no estado de Massachussets, enquanto o filho está em um abrigo na cidade de Bayton, no Texas. Eles estão a cerca de 2.800 quilômetros de distância um do outro. O cônsul diz ainda que cerca de 500 adultos brasileiros estão detidos em todo o país.

Visita do cônsul

Santarosa contou que o menino estava sem falar com a mãe há mais de 20 dias, mas que ele conseguiu providenciar o contato. A visita mostrou que a criança está relativamente bem.


"Pude me certificar que ele se encontra bem, dentro do que é possível para uma criança separada dos pais há 20 dias estar", afirmou o diplomata.

Além disso, ele tem aulas com professores que dão o conteúdo em espanhol.


Quase 500 brasileiros

Ao menos 498 brasileiros estão presos e sendo processados por tentar entrar ilegalmente nos EUA, de acordo com Santarosa. A lista com esse número foi passada ao governo brasileiro no início do mês, portanto o número de detidos deve ser ainda maior, conforme o diplomata.


Apenas na região atendida pelo consulado de Houston, que abrange os estados do Texas e do Novo México, cerca de 200 brasileiros estão presos. O desafio, segundo Santarosa, é que cada detido requer um contato individual.

"Não dá para entrar em contato com todos em bases diárias. Como estão presos, é preciso ligar para a prisão antes e marcar uma hora para conversar com eles e são mais de 200 presos", disse o cônsul.

Além disso, o representante do governo brasileiro contou que o foco agora é tentar identificar e prestar atendimento para as 49 crianças brasileiras que foram separadas dos pais.

Deportações separadas

Em conversa anterior com o R7, Santarosa já tinha dito que uma das preocupações do consulado é não permitir que os pais sejam deportados sem os filhos.

No entanto, já houve casos em que isso aconteceu. Um desses, que teve grande destaque na mídia, teve fim nesta sexta. Uma mãe guatemalteca, que foi deportada sem seu filho e por isso processou o governo norte-americano, reencontrou seu filho.

Somente no Texas, existem oito crianças brasileiras que foram separadas de seus pais. Apenas quatro foram identificadas, pois é um processo lento. Das quatro que foram identificadas, o governo brasileiro conseguiu rastrear os pais de apenas duas.

Tolerância zero

Desde abril o governo norte-americano iniciou a política de "tolerância zero" contra os imigrantes ilegais. A medida consiste em prender e processar todos que atravessam a fronteira ilegalmente.

Como a legislação não permite que crianças sejam abrigadas em prisões federais, as autoridades separaram quase mais de 2.300 filhos de imigrantes de seus pais, gerando revolta mundial.

Os pais são encaminhados para prisões federais e as crianças são levadas para abrigos. Na última semana, fotos dos abrigos onde crianças se protegem do frio com cobertores de papel alumínio e áudio de crianças chorando, chamando por seus pais chocaram todo o mundo.

Os protestos contra a política de Donald Trump foram tão fortes que ele recuou e assinou uma ordem executiva proibindo a separação das famílias.

Ainda assim, o presidente dos Estados Unidos não conseguiu se afastar das polêmicas e nesta sexta-feira (22), na Casa Branca autografou fotos de cidadãos norte-americanos que foram mortos por imigrantes ilegais.

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