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Mais de 4 mil indianos recebem água do mar no lugar de vacinas

Esquema de vacinação envolveu o dono de um hospital particular em Mumbai; o local foi fechado e 14 pessoas foram presas

Internacional|Fábio Fleury, do R7

Indianos fazem fila em um posto de vacinação em Mumbai
Indianos fazem fila em um posto de vacinação em Mumbai INDRANIL MUKHERJEE/AFP

Mais de 4 mil pessoas podem ter recebido água do mar no lugar de uma dose de vacina contra a covid-19 na região de Mumbai, a cidade mais populosa da Índia. Segundo a imprensa local. um elaborado esquema para aplicação de vacinas falsas estava sendo realizado por dirigentes de um importante hospital particular na região.

Leia também: Índia passa de 400 mil mortes por covid-19

A polícia já prendeu 14 suspeitos de participarem do esquema, incluindo o dono do hospital Shivam, Shivraj Pataria, e sua esposa, Neeta, além de funcionários e alunos. O hospital foi lacrado pelas autoridades nesta segunda-feira (5) e todo o dinheiro arrecadado pelos fraudadores, 1,24 milhão de rúpias (o equivalente a cerca de R$ 850 mil) foi confiscado, junto com um carro.

De acordo com o Times Of India, o Shivam era um dos hospitais de Mumbai credenciados para realizar a vacinação contra a covid-19. Com a expansão da campanha, os proprietários decidiram fazer um cadastro para realizar a imunização em postos em outros locais da cidade, enquanto buscavam comprar mais 100 mil doses de vacina.


No entanto, eles não conseguiram um empréstimo que seria necessário para pagar as doses. Sem os imunizantes, o grupo decidiu encher ampolas com água do mar e vacinar os inscritos de todo jeito, para ficar com o dinheiro. Ao todo, dos 12 postos volantes montados por eles desde o final de abril, pelo menos 9 aplicaram vacinas falsas em um total de 4.077 pessoas.

Certificados adulterados

A farsa foi descoberta quando funcionários do sistema de saúde indiano notaram a falta de certificados das vacinas aplicadas nesses postos, além de alguns documentos falsificados ou duplicados. Pacientes também relataram à polícia que notaram que os lacres das vacinas estavam violados e que acharam estranho que só poderiam pagar pela vacinação em dinheiro vivo.


“Eles tinham regras bem definidas para esses postos", explicou um investigador ao Times Of India. "As ampolas eram guardadas em caixas térmicas, para evitar suspeitas. Algumas vezes, eles guardavam os frascos dentro de geladeiras desligadas. Outra regra importante era que eles não deixavam ninguém tirar fotos nesses locais".

Um estudante de medicina, Kareem Ali, que também foi preso pela polícia, foi usado de cobaia. Os idealizadores do esquema injetaram a água do mar no corpo dele para se certificar de que não causaria nenhum efeito colateral.

Desde abril, a Índia sofre com uma onda brutal de aumento de casos e mortes por covid-19. O governo intensificou os esforços de vacinação e até o momento já aplicou quase 350 milhões de doses de imunizantes. Até o momento, foram confirmados pouco mais de 30 milhões de casos (o 2º maior número do mundo) e 402 mil óbitos (o 3º maior) pela doença no país.

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