Manifestantes protestam na casa de Piñera em aniversário do presidente
Presidente do Chile completa 70 anos neste domingo e protestos completam 45 dias, com 23 mortos, sendo 5 policiais, e milhares de presos e detidos
Internacional|Da EFE
O presidente do Chile, Sebastian Piñera, completa 70 anos neste domingo, 1º de dezembro, e de presente ganhou um protesto convocado em frente à própria residência, no leste de Santiago, após 45 dias de manifestações pelo país.
Desde o início dos protestos, 23 pessoas morreram, cinco delas supostamente pelas forças de segurança, e milhares ficaram feridas ou foram detidas.
O Ministério Público já abriu 2.670 investigações contra as forças de segurança por supostas violações aos direitos humanos, entre elas lesões por armas de fogo, tortura e violência sexual. Mais de 200 pessoas sofreram lesões oculares.
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Organizações internacionais como Anistia Internacional e Human Rights Watch apontaram para a atuação dos Carabineros (polícia nacional) como a situação mais preocupante para os direitos humanos durante os protestos.
A crise social completou seis semanas na sexta-feira passada, mas ainda não há previsão de uma resolução a curto prazo.
As manifestações, que começaram em grande volume para protestar contra a desigualdade social e o aumento do custo de vida, perderam força com o passar dos dias, mas o descontentamento continua a ser expressado nas ruas. Incidentes como incêndios, depredações e saques também seguem acontecendo.
Além da desvalorização do peso chileno, os protestos têm causado graves impactos no turismo e no comércio. O Banco Central do Chile já rebaixou de 2,5% para 1,9% a previsão de crescimento do país para 2019, e o governo estima que até 300 mil vagas de trabalho podem ser perdidas, o que elevaria o índice de desemprego de 7% para 10%.