Massacre na Flórida: polícia recebeu 23 denúncias contra atirador
Em novembro, a polícia da Flórida recebeu uma ligação afirmando que Nikolas Cruz 'já havia apontado uma arma contra a cabeça de uma pessoa'
Internacional|Fábio Fleury, do R7, com agências internacionais
O autor do massacre na Flórida foi denunciado à polícia 23 vezes antes de assassinar 17 pessoas na escola Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, na semana passada. A informação foi revelada nesta sexta-feira (23) pela CNN.
Com isso, o trabalho da polícia local na prevenção está sendo questionado. Logo após o tiroteio, o FBI revelou que também havia recebido uma denúncia sobre um comentário postado por um usuário com o nome "nikolas cruz" no YouTube, mas que não houve investigação.
Ameaça em casa
O caso mais grave aconteceu em novembro de 2017. Nikolas Cruz teve uma briga com Rock Deschamps, filho da mulher que o abrigou quando sua mãe morreu e saiu da casa, prometendo vingança.
Rocxanne Deschamps ligou para a polícia, para dizer que Cruz tinha saído para buscar suas armas e que voltaria para "resolver o assunto". Na ligação, ela também afirmou que ele tinha "toneladas de munição" e que "já havia apontado armas para a cabeça das pessoas antes".
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Quando chegou ao local, o oficial responsável relatou que conversou com os dois adolescentes, que eles "se abraçaram e se reconciliaram" e que Cruz "pediu desculpas por ter perdido a calma".
A família também relatou que Nikolas Cruz possuía diversas armas, mas que nunca havia recebido permissão para guardá-las em casa. Poucos dias depois, ele se mudou para a casa da família Snead, onde viveu até o dia do massacre.
Coleção de armas
No final de novembro, houve um telefonema para a polícia denunciando que Cruz tinha uma coleção de armas e facas, apresentava comportamento suicida e poderia causar um tiroteio em massa.
Como o adolescente havia se mudado de cidade, o atendente falou para a pessoa ligar para outro número, da polícia local. Nenhum relatório foi feito a respeito.
Outras denúncias
A polícia da Flórida agora investiga se houve negligência em como essas e mais uma denúncia, de fevereiro de 2016, foram tratadas pelos oficiais responsáveis.
Nesse caso de 2016, houve uma denúncia anônima afirmando que Nikolas Cruz havia postado fotos com armas na internet e também o relato do filho de um vizinho afirmando que ele planejava "atirar na escola".
O policial que atendeu ao chamado relatou que encontrou apenas facas e uma arma de pressão com Cruz. As informações foram enviadas para a escola Marjory Stoneman Douglas, de onde o adolescente foi expulso pouco tempo depois, por comportamento violento.
As outras 20 ligações que a polícia recebeu sobre Nikolas Cruz foram consideradas menos relevantes e não estão sendo investigadas.