México admite 'precipitação' em operação contra filho de 'El Chapo'
Secretário de Defesa mexicano admite que forças de segurança erraram ao prender Ovídio Guzmán, ação que gerou onda de violência em Sinaloa
Internacional|Da EFE
O Exército do México admitiu nesta sexta-feira (18) que houve "precipitação" na operação realizada ontem para capturar Ovídio Guzmán, filho do narcotraficante Joaquín 'El Chapo' Guzmán e que é procurado pela Justiça dos Estados Unidos.
A prisão de 'Chapito', como o também traficante é conhecido, provocou a mobilização de vários grupos criminosos na cidade de Culiacán para gerar atos violentos. Houve diversos tiroteios e bloqueios de vias, e o presidente do país, Andrés López Obrador, anunciou que ele foi solto pelas autoridades para "preservar vidas" de inocentes.
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"No afã de obter um resultado positivo, (o Exército) agiu de forma precipitada com deficiente planejamento e falta de previsão sobre as consequências", disse o secretário da Defesa Nacional (Sedena), Luis Cresencio Sandoval, em entrevista coletiva.
Nesta quinta-feira, Culiacán ficou sitiada por tiroteios durante horas após a prisão, por parte de um comando formado por 30 militares e membros da Guarda Nacional, de 'Chapito'.
O titular da Sedena disse que a operação visava prender Ovídio Guzfeito mán, alvo de um pedido de extradição feito pelos EUA em setembro do ano passado.
Sandoval explicou na entrevista que militares entraram em uma casa por volta das 15h45 de ontem (horário local; 17h45 de Brasília), identificaram e retiveram o filho de El Chapo na residência por pouco mais de uma hora.
Pouco depois, começaram os distúrbios em toda a cidade, e por isso o Gabinete de Segurança do México tomou "por unanimidade" a decisão de retirar os militares do local.
"Formalmente não houve uma detenção", declarou Sandoval.
Já o titular da Secretaria de Segurança Pública e Proteção Cidadã do país (SSPC), Alfonso Durazo, que também participou da entrevista, afirmou que Culiacán está hoje voltando "paulatinamente a uma relativa tranquilidade" e que "não há nenhum pacto, absolutamente nenhum pacto, com o crime organizado" que tenha resultado na soltura de 'Chapito'.