O governo de Javier Milei anunciou na segunda-feira (24) a liberação de arquivos confidenciais que tratam da presença de criminosos de guerra nazistas na Argentina após a Segunda Guerra Mundial.A decisão foi confirmada pelo chefe de gabinete, Guillermo Francos, após uma reunião de Milei com autoridades do Centro Simon Wiesenthal, uma organização internacional de direitos humanos com sede em Los Angeles, cujo principal enfoque temático é o Holocausto.Durante o encontro, o presidente argentino recebeu uma carta do senador americano Chuck Grassley, do Comitê Judiciário do Senado dos Estados Unidos, que pediu à Argentina colaboração em uma investigação sobre o destino de nazistas que buscaram asilo no país. A medida visa esclarecer o envolvimento da Argentina no acolhimento de fugitivos nazistas e corresponde à solicitação internacional para a divulgação de informações que estavam sob sigilo.“O presidente Milei ordenou que todas as informações existentes em qualquer órgão do Estado fossem liberadas, pois não há razão para manter esses dados restritos”, afirmou Francos.Entre os documentos que serão tornados públicos estão registros do Ministério da Defesa, que incluem informações sobre as atividades das Forças Armadas durante a ditadura militar argentina, além de dados financeiros relacionados aos nazistas que se refugiaram no país.Francos também ressaltou a importância da medida como parte de um processo de transparência. “Esses arquivos são uma parte da história argentina e devem ser acessíveis ao público”, afirmou.A ação também atende a uma determinação do Decreto 4 de 2010, que, embora tenha sido promulgado há 15 anos, nunca foi completamente executado até o momento.Após o fim da Segunda Guerra, a Argentina foi um dos destinos escolhidos por diversos nazistas, incluindo Adolf Eichmann, o principal responsável pela “Solução Final”, o genocídio de judeus.Embora o país tenha declarado guerra à Alemanha nazista em 1945, a postura diplomática em relação ao regime de Hitler foi ambígua, com vários membros do governo e do exército sendo acusados de proteger ou até colaborar com os criminosos de guerra.