Morales pede acordo nacional para garantir paz nas eleições da Bolívia
Ex-presidente Evo Morales será candidato ao Senado no pleito que acontece no dia 3 de maio
Internacional|Do R7
O ex-presidente da Bolívia Evo Morales, chefe da campanha do Movimento ao Socialismo (MAS) para as eleições do próximo dia 3 de maio no país, pediu nesta quinta-feira (6) que haja um grande acordo nacional para garantir a paz no pleito.
"Irmãs e irmãos, lhes proponho: ponhamos todo o nosso esforço para que as eleições sejam um verdadeiro cenário de reencontro entre bolivianas e bolivianos para fechar todas as feridas. Esperamos que este processo nos permita construir juntos uma Bolívia digna, soberana, fraterna e solidária", afirmou Morales em comunicado.
O ex-presidente, que vive na Argentina desde dezembro depois de renunciar ao cargo por pressão das Forças Armadas, será candidato ao Senado no próximo pleito, convocado por Jeanine Áñez, que o substituiu interinamente no cargo e tentará se manter no poder.
Áñez terá como um de seus principais adversários o ex-ministro de Economia de Morales, Luis Arce, que será o candidato do MAS à presidência.
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No texto divulgado hoje, Morales pede que todos os partidos que disputarão as eleições na Bolívia possam se unir a esse grande acordo nacional desejado por ele para garantir um ambiente de paz nas eleições.
Por isso, o ex-presidente diz que, respeitosamente, defende a aplicação de "iniciativas coletivas", como a "erradicação do discurso do ódio das ruas, das redes, dos meios de comunicação". Morales também quer o fim das "notícias falsas, das mentiras e da 'guerra suja' na campanha eleitora".
A Justiça da Bolívia decretou a prisão de Morales por um processo no qual o governo interino o acusa de crimes como terrorismo e insurreição.
FORÇAS ARMADAS
Durante o período em que está em Buenos Aires, Morales afirmou em diversas oportunidades que o governo de Áñez é uma "ditadura" que viola os direitos humanos e reitera que venceu as eleições do último dia 20 de outubro, anuladas após uma série de denúncias de fraude por parte da oposição e da Organização dos Estados Americanos (OEA).
O ex-presidente, que diz ser vítima de um golpe de Estado, pediu que a polícia e as Forças Armadas "cumpram estritamente com seus papéis constitucionais", preservando o direito dos bolivianos escolherem seus presidentes.