Mulheres pedem igualdade e segurança em Bangladesh
Centenas responderam à convocação de organizações sindicais para denunciar o assédio e a violência sexual nos locais de trabalho
Internacional|Da EFE
Centenas de mulheres saíram, nesta sexta-feira (8), às ruas de Daca, capital de Bangladessh, convocadas por diversas organizações e sindicatos para pedir igualdade e segurança nos ambientes de trabalho e nas suas vidas em geral, por ocasião do Dia Internacional da Mulher.
"A violência contra a mulher é comum no nosso país, muitas mulheres aqui não levantam suas vozes contra o assédio sexual por ser um tabu social", advertiu em declarações à Agência Efe a diretora-executiva do Centro para a Solidariedade do Trabalhador em Bangladesh, Kalpona Akter, após liderar uma concentração perto do Clube de Imprensa.
Leia também
Na luta por direitos, mulheres são vítimas de múltiplas violências
No 8 de Março, mulheres celebram mais de 200 anos de feminismo
Igualdade e direitos são pauta no Dia Internacional da Mulher
As mulheres 'apagadas' por ataques com ácido: a luta de Laxmi Agarwal
Dia Internacional da Mulher: os únicos seis países que garantem direitos iguais a homens e mulheres
Por isso, no Dia Internacional da Mulher, as mulheres convocadas pela organização buscaram apoio para uma convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre o assédio e exigiram que as empregadas não sofram violência sexual.
Também saíram às ruas da capital bengali os membros da Federação Nacional de Trabalhadores do Setor Têxtil, que focaram seu protesto na diferença salarial e no assédio sexual contra a mulher no local de trabalho.
Direitos das mulheres
Portando bandeiras pretas, as participantes pediram, entre outras coisas, uma licença-maternidade de seis meses para o setor privado, salários semelhantes para homens e mulheres, e direitos também no âmbito familiar e social.
"No setor público, a licença-maternidade é de seis meses, mas no privado é de quatro meses, incluindo na principal força motorista da economia do país, o setor têxtil. Esta discriminação não pode continuar", disse durante o evento o presidente da federação, Amirul Haque.
De acordo com um estudo do grupo investigador Centro para o Diálogo sobre Políticas, cerca de 53% dos mais de 4,2 milhões de trabalhadores do têxtil bengali são mulheres, em um país onde são frequentes os crimes contra elas.