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No 8 de Março, mulheres celebram mais de 200 anos de feminismo

Movimento começou lutando por melhores condições de trabalho, direito ao voto e igualdade. Agora, ele tenta dar voz à mulheres de todas as classes

Internacional|Giovanna Orlando, do R7, com EFE

Feminismo marca luta pelos direitos das mulheres pelo mundo
Feminismo marca luta pelos direitos das mulheres pelo mundo Feminismo marca luta pelos direitos das mulheres pelo mundo

Muito discutido e presente hoje em dia, seja em rodas de amigos ou em uma discussão pela internet, o feminismo marca o Dia Internacional da Mulher e pauta as lutas femininas por igualdade, oportunidades e liberdade.

Mas engana-se quem acha que o conceito é novo ou foi criado junto com a internet. O discurso e as ideias de emancipação femininas existem desde o final do século 18, eles só foram ampliados e reverberaram pela internet, onde ganhou maior aceitação (e críticas).

O conceito de sororidade só foi incluído no dicionário da Real Academia Espanhola na última atualização da versão digital, em dezembro de 2018. Classificado como “amizade ou afeto entre mulheres; relação de solidariedade entre as mulheres, especialmente na luta por seu empoderamento”, a inclusão da palavra mostra o poder e a força dos movimentos feministas na atualidade e na renovação dos verbetes usados.

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A luta ganhou maior destaque na era digital, em que a hashtag #MeToo revolucionou Hollywood ao mostrar casos de assédio sofrido por atrizes e funcionárias ligadas ao produtor de cinema Harvey Weinstein, nas marchas das mulheres pelo mundo, e na discussão sobre feminismo na televisão ou na internet.

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O Dia Internacional da Mulher começou com a sororidade, quando foi reconhecido em 1975 pela ONU. Antes, o 8 de março era conhecido como Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, e marcava a luta das mulheres por direitos e igualdade no mercado de trabalho. A ONU também destaca que “mulheres de todos os continentes, separadas por fronteiras internacionais, diferenças étnicas, linguística, culturais, econômicas e políticas se unem para reivindicar seus direitos a cada 8 de março". 

A data existe desde 1857, quando um grupo de empregadas de uma indústria têxtil protestou nas ruas de Nova York, nos Estados Unidos, pelas precárias condições de trabalho, e marcaram a história como sendo umas das primeiras manifestações femininas.

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A primeira fase do movimento

Espanholas se vestem como sufragistas do século 19
Espanholas se vestem como sufragistas do século 19 Espanholas se vestem como sufragistas do século 19

No começo, as mulheres reivindicavam por melhores condições de trabalho, direito a educação, voto e matrimônio. A primeira carta pedindo atenção às mazelas femininas foi a “Reivindicação dos Direitos das Mulheres”, escrita por Mary Wollstonecraft, em 1792, uma das pioneiras no movimento feminista.

Meio século depois, em 1848, a Convenção sobre os Direitos da Mulher, em Seneca Falls, nos Estados Unidos, foi o pontapé inicial do movimento sufragista norte-americano. A sufragistas pediam o direito ao voto, dever democrático de todos os cidadãos, mas precisaram esperar até 1920 para conquistar o direito nas mesmas condições que os homens. Dois anos depois, a escrava liberta Sojourner Truth foi a única mulher negra a participar da Primeira Convenção Nacional sobre os Direitos da Mulher e abriu caminho para mulheres afro-americanas participarem do movimento sufragista.

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No Reino Unido, as sufragistas só conseguiram o direito ao voto em 1918, quase um século depois de apresentarem a primeira petição de direito ao voto no Parlamento Britânico, em 1832. O movimento tomou corpo em 1866, com uma nova petição assinada por 1500 mulheres, que originaram a Sociedade Nacional para o Sufrágio da Mulher.

O primeiro país a permitir que mulheres votassem foi a Nova Zelândia, em 1893.

O discurso de Beauvoir

“Não se nasce mulher, torna-se mulher”. Uma das frases mais conhecidas do feminismo foi escrito pela filósofa francesa Simone de Beauvoir, no livro O Segundo Sexo, lançado em 1949, foi um marco na segunda onda do feminismo.

O foco estava na desigualdade real (além do que já era estabelecido em leis), na sexualidade, na família e nos direitos reprodutivos. Nessa fase, a liberdade e o feminismo radical nascem com o Movimento para a Libertação da Mulher, nos Estados Unidos, que defende que a raiz de toda desigualdade é o patriarcado, sistema de opressão dos homens sobre as mulheres.

Em 1979, a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres é adotada e 189 países se comprometem a eliminar a discriminação contra mulheres na esfera pública e privada.

Feminismo é para todas

Angela Davis defende feminismo antirracista
Angela Davis defende feminismo antirracista Angela Davis defende feminismo antirracista

Na atual fase do feminismo, o principal desafio é não esquecer e deslegitimar o sofrimento de nenhuma mulher. Angela Davis aponta a necessidade do feminismo ser antirracista e se preocupar em alcançar a igualdade em todas as esferas da sociedade e atingir a todas as mulheres, incluindo as que vivem em camadas mais baixas e que frequentemente são ignoradas e esquecidas.

O movimento alcançou um poder maior graças à internet, redes sociais e manifestações nas ruas. Pelas redes, o movimento #MeToo ganhou força, quando centenas de mulheres denunciaram o produtor magnata Harvey Weinstein de assédio sexual. Posteriormente, a tag também foi usada por outras mulheres ao dizerem que também foram vítimas de abuso e assédio sexual, quebrando o silêncio recorrente ao qual as vítimas são submetidas.

Segundo dados da ONU Mulheres, uma a cada três mulheres sofre algum tipo de violência todos os dias, 830 mulheres morrem diariamente por causas evitáveis relacionadas à gravidez, existe apensas uma mulher a cada quatro parlamentares no mundo e a diferença salarial em empresas, em que homens recebem mais que mulheres que ocupam o mesmo cargo e fazem as mesmas funções, só será fechada em 2086.

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