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Nações Unidas sugerem 55 medidas para Brasil pós-pandêmico

Relatório da ONU aponta perdas sociais para países durante surto de Covid e destaca crescimento da desigualdade em nações

Internacional|Do R7

Crianças em idade escolar são alguns dos grupos mais afetados pela pandemia
Crianças em idade escolar são alguns dos grupos mais afetados pela pandemia Crianças em idade escolar são alguns dos grupos mais afetados pela pandemia

Priorizar a reabertura de escolas com segurança. Garantir renda básica universal. Conectar todas as crianças e adolescentes à internet até 2030. Oferecer linhas de crédito verde atrativas e investir em cidades inteligentes. Essas são algumas das 55 medidas para o Brasil superar a crise provocada pela Covid-19 e promover a recuperação em curto e longo prazo.

É o que sugere relatório divulgado hoje por agências da ONU (Organização das Nações Unidas) e pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), destaca o Estadão. Com o título "Covid-19 e Desenvolvimento Sustentável: Avaliando a crise de olho na recuperação", o trabalho é resultado de uma força-tarefa de especialistas e teve participação do Pnud, do Unicef e da Unesco.

No estudo, o grupo analisa repercussões do coronavírus em diversos setores, como saúde, educação, economia e meio ambiente. Em contrapartida, também afirma que o processo de recuperação representaria uma "oportunidade histórica para se reimaginar as sociedades" e "alcançar um futuro melhor para todas e todos".

Os pesquisadores consideram a pandemia "a pior crise sistêmica já vivida no planeta" desde a criação da ONU. Por causa do cenário, especialistas projetam um recuo global (-0,018) no Índice de Desenvolvimento Humano 2020 (IDH) — a primeira tendência de queda esperada para o indicador desde 1990.

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Entretanto, os impactos teriam sido "desproporcionais", "aprofundaram desigualdades" e dificultaram o "alcance do desenvolvimento humano e sustentável estabelecido pela Agenda 2030 das Nações Unidas" no Brasil e no mundo. "Embora todos os países sejam afetados, sociedades mais desiguais são as que mais sofrem com as consequências", diz o relatório.

"Os mais vulneráveis — países e populações — têm maior dificuldade de recuperação e o cenário, já complicado (como efeito da crise econômica de 2008), tornou-se ainda mais crítico, já que muitos recursos precisarão ser mobilizados para socorrer as vítimas diretas e indiretas da doença", afirma.

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Para o Brasil, o relatório analisa 94 indicadores de vulnerabilidade e de capacidade de resposta à pandemia, a partir dos quais estabelece as diretrizes da retomada. "Uma recuperação eficaz dependerá de esforços conjuntos para fortalecer os sistemas de saúde, reforçar a proteção social, criar oportunidades econômicas, ampliar a colaboração multilateral e promover a coesão social."

Acesso à tecnologia

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Ao menos 147 países fecharam escolas por causa da pandemia, o que representaria mais de 1,4 bilhão de alunos afetados, ou cerca de 86% da população estudantil mundial. No Brasil, o Unicef estima que 5,5 milhões de crianças e adolescentes tiveram o direito à educação negado em 2020. "Se no início da pandemia não foram considerados como grupos de risco direto, são elas, de fato, as vítimas ocultas da Covid-19", diz o relatório.

Para parte das crianças, a suspensão das atividades escolares também repercute na segurança alimentar e acesso à infraestrutura de saúde, água, saneamento e higiene. "Os impactos para crianças e adolescentes podem perdurar por toda a vida", afirma o estudo.

"Sem deixar de lado as medidas essenciais para conter a propagação do novo coronavírus, é preciso ter clareza sobre os impactos do fechamento de escolas por um longo período na aprendizagem, na nutrição — uma vez que muitos deles dependem da merenda escolar — e na segurança de crianças e adolescentes, em especial os mais vulneráveis."

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Outro desafio é o acesso desigual à tecnologia, que pode provocar aumento de taxas de abandono escolar, trabalho infantil e gravidez na adolescência, de acordo com o relatório. "Com o fechamento massivo de estabelecimentos escolares, o ensino remoto mediado por tecnologias se apresenta como uma alternativa para a continuidade da aprendizagem", descreve. "No Brasil, 28% das famílias não têm acesso à internet, porcentual que aumenta conforme a renda diminui e chega a 48% em áreas rurais".

Políticas sugeridas pelos pesquisadores passam por reabrir escolas, estabelecer parcerias para inclusão digital, manter serviços de saúde, além de criar oportunidade de trabalho para jovens entre 14 e 24 anos.

"Sem ação coordenada para prevenir, mitigar e responder aos efeitos da pandemia, as consequências para este segmento agora, e para a sociedade como um todo no futuro, serão graves."

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