Navios dos EUA treinam para sobreviver a ‘pesadelos’ que destruíram frota russa
No Mar Negro, a Ucrânia destruiu ou danificou dezenas de embarcações russas usando drones navais de baixo custo
Internacional|Do R7

Diante do uso eficaz de drones navais pela Ucrânia contra a frota russa desde 2022, a Marinha dos Estados Unidos passou a intensificar treinamentos voltados à defesa contra esse tipo de ameaça. As simulações preparam tripulações para reagir a ataques rápidos e de alto impacto, como os que forçaram Moscou a recuar de posições estratégicas no Mar Negro.
Os exercícios são conduzidos pela Força-Tarefa 66, braço das forças navais dos EUA na Europa e na África. O grupo foi criado em 2024 para acelerar a integração de sistemas não tripulados à frota tradicional e explorar novas táticas de guerra.
O Contra-Almirante dos EUA, Michael Mattis, que dirige a força-tarefa, afirmou que o objetivo é treinar marinheiros para reagir em segundos diante de embarcações pequenas que podem aparecer de forma rápida e atacar pontos vulneráveis de grandes navios. As informações são do jornal Business Insider.
Leia mais:
Como são os treinamentos?
Inspirados no sucesso da Ucrânia contra a frota russa, os treinamentos simulam ataques coordenados de drones em alta velocidade, que podem sair de trás de um navio e invadir o alvo por ângulos inesperados. Os exercícios não envolvem disparos reais, mas exigem tomada de decisão em tempo real diante de ameaças simultâneas.
No Mar Negro, a Ucrânia destruiu ou danificou dezenas de embarcações russas usando drones navais de baixo custo, o que forçou Moscou a retirar navios da Crimeia e recuar para o porto de Novorossiysk. Segundo Mattis, cerca de 40% da força naval russa na região foi neutralizada pelos dispositivos ucranianos. A reação da Rússia envolveu o uso de patrulhas aéreas para detectar os drones, o que levou a Ucrânia a adaptar os sistemas e equipar as embarcações com mísseis terra-ar, derrubando caças e helicópteros.
Além da destruição de navios, um levantamento da BBC indica que a Ucrânia realizou pelo menos 11 ataques com drones marítimos. Os alvos incluíam navios de guerra, a base naval russa em Sevastopol e o porto de Novorossiysk. Fontes de defesa ucranianas também informaram à CNN que drones navais foram usados no ataque à ponte Kerch, em julho.
Algumas operações ocorreram longe da costa ucraniana. Em maio, imagens mostraram drones se aproximando do navio russo Ivan Khurs, especializado em coleta de informações. A Rússia disse que o incidente ocorreu a cerca de 140 km ao norte do Estreito de Bósforo, o que indica que essas embarcações também podem percorrer longas distâncias.
Durante o exercício Báltico 2025, a Marinha dos EUA usou o Global Autonomous Reconnaissance Craft, um drone naval desenvolvido pela empresa americana BlackSea Technologies, para simular um ataque contra os navios USS Mount Whitney e USS Paul Ignatius.
Mattis afirmou que o grande desafio é a imprevisibilidade do campo de batalha. A Força-Tarefa 66 pretende avançar para simulações mais complexas, que combinem drones navais, ameaças aéreas e decisões sob pressão, com o objetivo de gerar surpresa e expor vulnerabilidades do inimigo antes que ele possa reagir.
“Vimos nossos parceiros ucranianos fazerem isso de maneira incrivelmente inspiradora”, concluiu Mattis.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp
