Netanyahu: Israel não é de todos os cidadãos, mas do povo judeu
O primeiro-ministro do país respondeu a uma crítica sobre uma possível aliança entre a coalizão centrista Azul e Branco e partidos árabes
Internacional|Do R7
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo (10), diante das críticas contra seu partido por apresentar o rival eleitoral como um perigo por uma possível aliança com partidos árabes, que Israel não é um Estado de todos os cidadãos, mas do povo judeu.
"Israel não é um Estado de todos seus cidadãos. De acordo com a Lei Básica que aprovamos, Israel é o Estado-nação do povo judeu, e só seu", publicou Netanyahu nas redes sociais em resposta às críticas da reconhecida modelo israelense Rotem Sela.
Sela criticou em sua conta de Instagram a ministra de Cultura, Miri Regev, por alertar em entrevista sobre uma possível aliança entre a coalizão centrista Azul e Branco, empatada nas pesquisas com o Likud de Netanyahu, e partidos árabes.
"E qual é o problema com os árabes? Por Deus, há também cidadãos árabes neste país", disse a modelo sobre 20% da população — palestinos e descendentes que ficaram dentro das fronteiras de Israel após a criação do Estado em 1948.
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O chefe de Governo se dirigiu com uma mensagem à modelo na qual voltou a alertar sobre seu rival Beni Gantz, líder do Resiliência para Israel, que após se aliar com o Yesh Atid, do deputado israelense Yair Lapid, e Telem, do ex-ministro de Defesa Moshe Yaalon, posicionaram a coalizão Azul e Branco como uma alternativa real ao Executivo de Netanyahu.
"Como a senhora escreveu, não há nenhum problema com os cidadãos árabes de Israel: todos têm igualdade de direitos e o Governo do Likud foi o mais comprometido com o setor árabe do que qualquer outro Governo", defendeu o líder israelense.
A Lei do Estado Nação, aprovada no ano passado e qualificada como racista, outorga o direito de autodeterminação só ao povo judeu e retira o status de cooficialidade à língua árabe.
O primeiro-ministro israelense voltou hoje a colocar as eleições de 9 de abril como uma disputa entre a direita e o que ele denomina uma esquerda frágil.
"O Likud só queria esclarecer a questão central nestas eleições: ou um governo de direita forte liderado por mim ou um governo de esquerda de Yair Lapid e Gantz com o apoio dos partidos árabes", defendeu.
Além disso, enfatizou que Lapid e Gantz "não têm outra forma de estabelecer um Governo" que não inclua uma aliança com os partidos árabes, e advertiu que "tal governo solaparia a segurança do Estado e dos cidadãos".
"A decisão será tomada em um mês nas urnas", concluiu Netanyahu.