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No Senado, psicóloga acusa indicado de Trump à Suprema Corte de abuso

Christine Blasey Ford registrou, diante de 21 senadores, que Brett Kavanaugh a atacou sexualmente durante uma festa em 1982

Internacional|Cristina Charão, do R7

Christina Ford presta juramento no Senado, onde acusou Kavanaugh de abuso
Christina Ford presta juramento no Senado, onde acusou Kavanaugh de abuso

A primeira mulher a acusar publicamente de abuso sexual o juiz indicado por Donald Trump a uma vaga na Suprema Corte dos EUA, Brett Kavanaugh, registrou publicamente em audiência no Senado todos os detalhes sobre o episódio que , que teria acontecido no início da década de 1980.

Christine Blaisey Ford se apresentou diante de uma comissão formada por 21 senadores — entre eles, 17 homens e 4 mulheres. Visivelmente nervosa e consternada, Ford leu uma declaração em que descreve com detalhes sua versão do ataque sofrido durante uma festa em 1982, quando ela e Kavanaugh eram adolescentes.

“Os detalhes daquela noite que me trazem aqui são dos que não se esquece”, disse Ford, que é psicóloga e professora universitária.

Questionada por um dos senadores se ela não poderia confundir Brett Kanaugh com outra pessoa, Ford respondeu: "Absolutamente, não."


A audiência é tratada como parte do processo de aprovação do nome de Kavanaugh para ocupar a 11ª cadeira da Suprema Corte. A votação sobre a indicação do juiz está marcada para sexta-feira (28).

Kavanaugh assistiu ao depoimento da sala destinada ao vice-presidente, Mike Pence, dentro do próprio Senado. Ele será ouvido na sequência da audiência.


Ao longo da última semana, outras acusações surgiram contra Kavanaugh. A professora Deborah Ramirez, colega do juiz na época em que ambos estudaram na Universidade de Yale, declarou publicamente que durante uma festa, Kavanaugh abaixou as calças, se exibiu para ela e tentou tocá-la.

Nesta quarta-feira, Julie Swetnick afirmou ter sido vítima de estupro coletivo em uma festa em 1982, quando estava no ensino médio, e diz que Kavanaugh estava "presente".


'É meu dever cívico', disse a acusadora

Ford iniciou seu depoimento afirmando que se apresentou ao Senado não porque quis, mas por acreditar que é seu “dever cívico contar o que aconteceu”.

Ela conta que esteve em uma festa durante as férias de verão, com a presença de alunos de diversas escolas particulares da região. Ford estudava em uma escola para meninas.

“No início da noite, subi um lance estreito de escadas que levavam da sala de estar a um segundo andar para usar o banheiro. Quando cheguei ao topo da escada, fui empurrada por trás para um quarto. Eu não pude ver quem me empurrou. Brett [Kavanaugh] e Mark [Judge] entraram no quarto e trancaram a porta atrás deles”, relatou.

Judge não foi convocado a dar seu testemunho. À imprensa, ele declarou não lembrar de nada daquela noite.

Segundo o relato de Ford, Kavanaugh a empurrou para a cama e se jogou sobre ela. “Brett me apalpou e tentou tirar minhas roupas. Ele teve dificuldades porque estava muito bêbado e porque eu estava usando um maiô de uma peça só debaixo das minhas roupas”, contou.

Ford diz que tentou gritar por ajuda, mas Kavanaugh tapou sua boca. “Isso foi o que mais me apavorou e teve o impacto mais duradouro em minha vida”, disse.

Segundo ela, Judge assistiu a cena e eventualmente dizia para Kavanaugh parar. Ela recorda que por duas vezes, Judge também subiu na cama e que, na segunda, eles caíram no chão e ela conseguiu fugir, se escondendo em um banheiro próximo.

"O ataque de Brett mudou minha vida drasticamente. Por muito tempo, tive vergonha de dizer o que aconteceu comigo."

A psicóloga disse que enviou a carta a congressistas, contando o que aconteceu mais de 30 anos atrás, porque acredita que a avaliação do nome de Kavanaugh para a Suprema Corte deveria ser feita considerando estes acontecimentos.

Diferentes grupos de mulheres protestaram durante a audiência. Veja as fotos:

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