Nova bala de rifle pode ajudar soldados a sobreviver a ataques de drones na Ucrânia; entenda
Munição promete auxiliar militares a combater drones FPV com mais segurança e eficiência no campo de batalha
Internacional|Do R7

Drones baratos, mas letais, tornaram-se uma das principais armas no campo de batalha da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Para ajudar soldados a se proteger dessa ameaça, os dois lados têm investido em balas de rifle antidrones.
Essas munições especiais, que começaram a ser desenvolvidas tanto por forças ucranianas quanto russas, podem mudar a forma como a infantaria enfrenta os chamados drones FPV (visão em primeira pessoa), que têm causado grandes baixas.
O programa de inovação em defesa da Ucrânia, chamado Brave1, apresentou no final de junho sua própria versão dessa munição.
Um vídeo divulgado pela organização no X mostra um soldado carregando um cartucho de 5,56 mm, com ponta preta e cinza, em um rifle de assalto CZ Bren 2. No teste, o soldado dispara contra um drone em um campo de treinamento, demonstrando a eficácia da nova bala.
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Segundo o Brave1, o objetivo é que cada soldado de infantaria carregue esses cartuchos, que seguem padrões da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). “Essas balas aumentam drasticamente as chances de derrubar drones FPV”, afirma a organização.
A munição funciona com uma ogiva especial que, ao ser disparada, percorre uma distância e depois se fragmenta, liberando vários projéteis que podem atingir o drone. A ideia é que os soldados ataquem os drones de uma distância mais segura, sem precisar se expor tanto.
Bala antidrones
Embora o Brave1 não tenha revelado detalhes sobre o design interno da bala, a United24 Media, plataforma de notícias do governo ucraniano, diz que a munição usa uma “ogiva projetada sob medida” que cria um “efeito de fragmentação denso e rápido”.
Em termos simples, a bala dispara uma série de pequenos projéteis que se espalham, aumentando a chance de acertar um drone ou quadricóptero em pleno voo.
Essa abordagem é uma grande evolução em comparação com a tática atual, que muitas vezes envolve o uso de espingardas calibre 12 como medida de última hora para tentar abater drones.
As espingardas, embora eficazes em curtas distâncias, obrigam os soldados a se aproximarem perigosamente da ameaça. Com a nova bala, a infantaria pode usar seus próprios rifles, carregando cartuchos extras, sem a necessidade de uma arma adicional.
A necessidade dessas balas antidrones se tornou ainda mais urgente com o aumento do uso de drones controlados por fibra óptica. Diferentemente dos drones tradicionais, que dependem de sinais de rádio e podem ser bloqueados por guerra eletrônica, esses drones usam cabos longos e finos para transmitir comandos, tornando-os imunes a interferências.
Recentemente, a TENETA, uma empresa de defesa ucraniana, anunciou um lançador de rede antidrones. Leve, compacto e descartável, o dispositivo foi projetado para ser uma solução prática e acessível para soldados na linha de frente.
Experimentos russos com a mesma tecnologia
Do outro lado do conflito, as forças russas também estão testando suas próprias versões dessas balas. Desde o ano passado, tropas russas já experimentavam munições semelhantes, segundo o site de notícias norte-americano Business Insider.
Em novembro, a 74ª Brigada de Fuzileiros Motorizados Separada da Rússia publicou uma foto de uma bala de 5,45 mm, usada em fuzis AK, com uma ponta feita de tubo termorretrátil. Dentro do tubo, havia quatro projéteis de chumbo grosso projetados para se dispersar e atingir drones ucranianos.
Um canal russo no Telegram, o Z Parabellum MD, também divulgou vídeos mostrando soldados trabalhando manualmente para adaptar cartuchos de 5,45 mm com esses tubos. Nas imagens, um militar demonstra a munição atirando contra uma chapa de metal.
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