O que é o ‘Chernobyl voador’, míssil nuclear que a Rússia ameaça testar em breve
Míssil foi revelado pelo presidente Vladimir Putin em 2018 e é projetado para ter alcance praticamente ilimitado
Internacional|Do R7
RESUMO DA NOTÍCIA
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A Rússia pode estar se preparando para realizar um novo teste do Burevestnik, um míssil de cruzeiro movido a propulsão nuclear que compõe a próxima geração de armamentos estratégicos do Kremlin. Imagens de satélite e movimentações em um campo de testes no Ártico reforçam os indícios de um lançamento nos próximos dias, segundo análise de Decker Eveleth, especialista da CNA Corporation.
O local dos preparativos é o campo de testes de Pankovo, no arquipélago de Novaya Zemlya, usado anteriormente pela Rússia em tentativas de voo do Burevestnik. O míssil foi revelado pelo presidente Vladimir Putin em 2018 e é projetado para ter alcance praticamente ilimitado, com capacidade de transportar uma ogiva nuclear. Nos Estados Unidos, o armamento ficou conhecido como “Chernobyl voador” devido ao risco ambiental associado ao sistema de propulsão nuclear.
Outros sinais da possível retomada de testes incluem a recente atividade da aeronave norte-americana WC-135R Constant Phoenix, que tem a função de detectar material radioativo. A aeronave partiu da base britânica RAF Mildenhall e sobrevoou por cerca de 14 horas o Mar de Barents, próximo à região de Murmansk e à área de testes no Ártico.
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O histórico de lançamentos do Burevestnik levanta dúvidas sobre a eficácia e a segurança do projeto. Segundo a inteligência dos Estados Unidos, a Rússia já realizou ao menos 13 testes, todos sem sucesso comprovado. O voo mais longo documentado durou dois minutos e percorreu uma distância de apenas 35 quilômetros. Em 2019, um teste resultou em um acidente fatal. Após a queda do míssil no Mar de Barents, uma missão de resgate resultou em uma explosão que matou sete pessoas, incluindo cientistas do centro nuclear de Sarov. O incidente causou uma nuvem radioativa detectada na cidade de Severodvinsk e em partes da Escandinávia.
O governo russo continua defendendo o programa. Em outubro de 2023, Putin afirmou que o mais recente teste do Burevestnik foi bem-sucedido e declarou que o desenvolvimento da arma estava quase concluído. Ainda naquele mês, a Rússia anunciou o fechamento do espaço aéreo na área de Kapustin Yar, outro local de testes, e declarou que o território não estaria mais vinculado às restrições do antigo Tratado INF, que limitava o uso de mísseis de alcance intermediário.
Nos Estados Unidos, o projeto é alvo de críticas. O então enviado especial da Casa Branca para controle de armas, Marshall Billingslea, classificou o míssil como uma ameaça ambiental durante depoimento no Senado americano em 2020. Ele alertou para o risco de contaminação radioativa durante os voos e quedas, cobrando o encerramento do programa por parte de Moscou.
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