O que pensa Boris Johnson sobre Irã, Trump e economia além do Brexit
Novo primeiro-ministro britânico é conhecido por ser radicalmente a favor do Brexit, mas muito mais pode mudar na política do Reino Unido
Internacional|Do R7
Ex-secretário das Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson foi eleito líder do governista Partido Conservador nesta terça-feira (23) e tomará posse como primeiro-ministro quando Theresa May entregar o cargo, na quarta-feira.
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Como a campanha pela liderança foi praticamente dominada pela saída britânica da União Europeia, Johnson não revelou muito sobre políticas firmes, mas abaixo estão algumas de suas posições em temas centrais.
Irã
Johnson disse que, embora o acordo nuclear de 2015 esteja parecendo "cada vez mais frágil" e seja preciso encontrar maneiras de deter o "comportamento perturbador" do Irã, o caminho certo a seguir é engajar-se com os iranianos e tentar persuadi-los a não buscar um programa de armas nucleares.
Até agora ele deu poucos sinais de se aproximar da abordagem mais rígida do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizendo, em vez disso, que concorda com a postura adotada por países europeus para incentivar uma volta à diplomacia. Ele disse que atualmente não apoiaria uma ação militar.
Relacionamento com os EUA
Johnson está determinado a manter um relacionamento forte com os EUA, e a mídia britânica noticiou que ele cogita uma visita a Trump no início de seu governo.
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A relutância em antagonizar Trump ficou evidente no começo deste mês, quando ele preferiu não defender o embaixador do Reino Unido em Washington depois que memorandos diplomáticos nos quais o enviado Kim Darroch descreveu o governo Trump como "inepto" foram vazados a um jornal.
Hong Kong
Quando protestos irromperam na ex-colônia britânica no início deste mês em repúdio a um projeto de lei de extradição, e houve a seguir uma guerra de palavras entre o Reino Unido e a China, Johnson disse à Reuters que o povo de Hong Kong está "no seu direito de estar muito cético, muito apreensivo" com a legislação.
Huwaei
Uma decisão final sobre a inclusão ou não da chinesa Huawei na rede de telecomunicações 5G britânica travou com a saída de May. Johnson disse que, embora possa haver benefícios consideráveis dos investimentos de outros países, não comprometeria a infraestrutura de segurança nacional de sua nação.
Economia
Johnson prometeu gastar bilhões de libras em serviços públicos, infraestrutura e cortes de impostos, além de elevar os gastos com educação, transporte, banda larga superveloz e policiamento e defender o fim do congelamento salarial do setor público.
Ele disse que utilizará a "brecha fiscal" de 27 bilhões de libras que se acumulou nas finanças públicas, referindo-se à diferença entre a meta do governo para o déficit orçamentário e seu tamanho projetado.
Cortes de impostos
Johnson afirmou haver espaço para cortar impostos e prometeu elevar o nível sobre o qual a taxa de imposto de renda mais elevada incide. Ele também disse que o país deveria cortar os impostos corporativos, mas indicou que as gigantes de internet podem ser forçadas a pagar mais.