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Obama, autor do acordo com o Irã, critica decisão de Trump

Em post no Facebook, ex-presidente dos EUA defendeu o acordo com o Irã e disse que o programa nuclear iraniano está sendo efetivamente monitorado

Internacional|Fábio Fleury, do R7

Obama criticou decisão de Trump sobre acordo com Irã
Obama criticou decisão de Trump sobre acordo com Irã

Barack Obama, ex-presidente dos EUA e principal negociador do acordo nuclear com o Irã, criticou a decisão de Donald Trump de retirar o país do tratado, firmado em 2015. O anúncio do atual presidente foi feito nesta terça-feira (8), na Casa Branca.

Obama publicou um texto em sua página no Facebook, defendendo o acordo e dizendo que, em vez de retirar os EUA, Trump deveria utilizá-lo como base para as negociações com a Coreia do Norte.

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"Poucas questões são mais importantes para a segurança dos Estados Unidos que a potencial disseminação de armas nucleares ou a possibilidade de ainda mais guerra no Oriente Médio. Foi por isso que os Estados Unidos negociaram o Plano Conjunto de Ação (JCPOA, na sigla em inglês), em primeiro lugar", escreveu o ex-presidente.

Segundo Obama, o acordo está funcionando a contento e essa seria uma visão dos aliados dos Estados Unidos na Europa, de especialistas internaiconais e até mesmo do atual secretário de Defesa dos EUA. Ele afirmou que o JCPOA defende os interesses norte-americanos e reduziu o programa nuclear do Irã.


"O JCPOA é um modelo para o que podemos conseguir com diplomacia, suas inspeções e regime de verificação são exatamente o que os Estados Unidos deveriam tentar implementar na Coreia do Norte. Em uma época em que todos torcemos para que a diplomacia com a Coreia do Norte funcione, se afastar do JCPOA cria o risco de perder um acordo que conseguiu, no Irã, exatamente o resultado que queremos na Coreia do Norte", continuou.

O ex-presidente afirmou que o anúncio de Trump é 'mal-orientado' e coloca décadas de conquistas diplomáticas em risco. Para ele, mudar a posição do país em tratados internacionais apenas porque a administração mudou é algo arriscado e pode "corroer a credibilidade dos EUA".


Obama também destacou que o JCPOA não foi um tratado construído e assinado apenas pelos EUA.

"Depois de anos construindo uma coalizão internacional que pudesse impôr sanções contra o Irã, chegamos ao JCPOA juntamente com Reino Unido, França, Alemanha, a União Europeia, Rússia, China e o Irã. É um tratado multilateral para controle de armas, endossado por unanimidade por uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas", relembrou.


Além disso, ele também destacou as medidas que teriam sido efetivamente implementadas para sustar o programa nuclear iraniano.

"Desde que o JCPOA foi implementado, o Irã destruiu o núcleo de um reator que poderia produzir plutônio adequado para bombas, removeu dois terços de suas centrífugas (mais de 13 mil) e as colocou sob monitoramento internacional e eliminou 97% de seu estoque de urânio enriquecido, a matéria-prima para uma bomba. Então, sob qualquer ponto de vista, o JCPOA impôs limitações severas ao programa nuclear iraniano e conseguiu resultados reais", escreveu.

Por fim, Obama destacou que as inspeções e o monitoramento são a base do programa, que todas as agências de inteligência dos EUA concordam que o Irã está cumprindo com as exigências e que o acordo não tem prazo de validade, ou seja, não haveria necessidade do país sair dele neste momento.

There are few issues more important to the security of the United States than the potential spread of nuclear weapons,...

Posted by Barack Obama on Tuesday, May 8, 2018

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