Oficial do Hamas diz que ‘só um punhado dos comandantes’ sabia do plano terrorista contra Israel
Exilado, Ali Barakeh diz que aliados como Irã e o libanês Hezbollah 'vão se juntar à batalha se Gaza ficar sujeita à aniquilação'
Internacional|Do R7
O planejamento dos ataques terroristas do Hamas contra Israel, no último sábado (7), ficou restrito “a um punhado de comandantes” da organização criminosa, que sabia da estratégia “desde a hora zero”. A informação foi dada na segunda-feira (9) por Ali Barakeh, oficial do Hamas exilado no Líbano, à agência Associated Press e publicada pelo jornal israelense Times of Israel.
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O atentado-surpresa ao território e ao povo israelense ficou restrito a um pequeno grupo, mas aliados como o Irã e o grupo terrorista libanês Hezbollah “vão se juntar à batalha se Gaza ficar sujeita a uma guerra de aniquilação", advertiu o membro do Hamas. Segundo Barakeh, os movimentos para o ataque do fim de semana começaram a ser traçados há mais de um ano.
A fala do líder terrorista em Beirute ocorre depois que Israel iniciou um bombardeio em massa e cortou água e luz de Gaza.
O ataque terrorista devastador pegou a inteligência e o Exército israelense sem preparação e causou uma invasão de militantes do Hamas a cidades do sul de Israel, o que deixou pelo menos 900 judeus mortos e outros cem sequestrados e levados para Gaza.
O líder exilado do Hamas afirmou que o plano estava restrito a cerca de uma dúzia de generais do alto comando, sem que os principais aliados soubessem. Barakeh negou que oficiais do Irã tenham colaborado ou dado um sinal verde ao plano de ataque em uma suposta reunião na semana passada na capital do Líbano.
“Apenas um punhado de comandantes do Hamas sabia a hora zero [dos atentados terroristas],” Barakeh afirmou, e acrescentou que ninguém do alto comando militar ou político da célula visitou Beirute na semana passada.
Ele reconheceu que o Irã e o Hezbollah ajudaram o Hamas no passado, mas disse que, desde 2014, o grupo terrorista produz os próprios foguetes e treina os combatentes em Gaza.
Uma fonte sênior ligada ao governo de Israel disse, na segunda-feira, que havia indícios de que o Irã alavancou o plano do Hamas de uma infiltração massiva e legal em Israel e que os aiatolás também estariam por trás de um estímulo para o Hezbollah se juntar ao conflito.
O ex-primeiro-ministro de Israel Naftali Bennett afimou, recentemente, que Israel estava envolvido em uma guerra contra o Irã, "um polvo" que "conduz" as atitudes do Hamas, Jihad Islâmica e Hezbollah.
Relação de Israel com a Arábia Saudita
O líder do Hamas, que fica no Líbano, também descartou a especulação de que o atentado terrorista, planejado havia mais de um ano, estava ligado aos esforços dos Estados Unidos de convencer a Arábia Saudita a normalizar as relações com Israel.
Em vez disso, Barakeh afirmou que os planos se aceleraram diante de algumas ações do governo de Israel no último ano, incluindo visitas ao inflamado monte do Templo, em Jerusalém, e a pressão crescente contra prisioneiros palestinos detidos em cadeias do país. Ele também acrescentou que o Hamas acreditava que Israel tinha planos para matar os principais líderes terroristas.
Barakeh concluiu afirmando que mesmo o Hamas ficou chocado com a extensão dos atentados, que nomeou como Operação Tempestade Al-Aqsa, ao dizer que esperava uma contraofensiva de Israel para prevenir ou limitar os ataques.
“Ficamos surpresos pelo grande colapso”, afirmou Barakeh. "Estamos planejando criar alguma vantagem e capturar prisioneiros para trocá-los. "Este Exército [israelense] era um tigre de papel”, completou.
Hamas usou 2.000 terroristas
Barakeh afirmou que aproximadamente 2.000 combatentes do Hamas participaram dos ataques terroristas por terra, mar e ar, com paragliders motorizados, sendo que as fileiras contam com cerca de 40 mil em Gaza. Em resposta, Israel convocou 300 mil reservistas para supostamente invadir Gaza.
O representante do Hamas no Líbano e agora coordenador de outros grupos palestinos afirmou que o grupo vai usar os israelenses capturados no ataque para garantir a libertação de todos os árabes detidos em prisões de Israel por terrorismo. Também faz parte do plano soltar palestinos presos nos Estados Unidos por causa de financiamento ao Hamas.
“Há palestinos detidos nos Estados Unidos. Nós vamos pedir a soltura deles", disse sem mencionar especificamente a quem se referia.
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