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Pai encontrará filha sequestrada na ditadura argentina após 42 anos

Solsona conhecerá filha, que é a 129º encontrada graças a processo de investigação e a um teste de DNA realizado pelas Avós da Praça de Maio

Internacional|Da EFE

Este é 129º encontro feito pelas Avós da Praça de Maio
Este é 129º encontro feito pelas Avós da Praça de Maio

A emoção de viver algo "grande" se mistura com o "medo" de machucá-la. Assim definiu Carlos Alberto Solsona o próximo encontro com sua filha, um bebê roubado pela ditadura da Argentina, cuja identidade foi descoberta 42 anos depois e anunciada pelas Avós da Praça de Maio, na terça-feira (9).

Norma Síntora foi sequestrada quando estava grávida de 8 meses, em maio de 1977, com apenas 25 anos de idade. Desde então, seu paradeiro é desconhecido, e até agora não havia certezas sobre o paradeiro do menino ou menina em seu ventre, fruto de seu casamento com Carlos Alberto.

Mas depois de mais de quatro décadas de busca e "milhares de noites sem poder dormir", Solsona, 70, finalmente poderá abraçar sua filha — a 129ª neta identificada pelas Avós — e conhecê-la em particular, graças a um intenso processo de investigação e a um revelador teste de DNA.

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"Eu não quero imaginar situações, pois estou especialmente com medo de machucá-la. Depois dessa preocupação principal, será algo grandioso", disse o pai aos jornalistas, em em Buenos Aires, na sede das Avós da Praça de Maio, que historicamente buscam seus netos, filhos dos desaparecidos que foram apropriados pelo regime e entregues a outras famílias.


O evento contou com a presença de muitos defensores da causa, assim como Marcos, o primeiro filho de Norma e Solsona, nascido em 1976.

No entanto, a "nova neta", de quem não foi dado nenhum nome ou detalhe da família que a criou, nem mesmo seu atual endereço, não estava presente, já que buscam respeitar os tempos e a privacidade das vítimas em processo sensível e delicado.


O importante, segundo o pai, é que ela "possa passar por esta situação com a maior tranquilidade possível".

"Nunca perdemos a esperança, nem as opções. Passamos por não sei quantos bairros em Buenos Aires, onde havia um dado ou mínima pista, nós íamos", afirmou.


Natural da província de Córdoba, Norma casou-se com Carlos Alberto em 1975 e ambos militavam no Partido Revolucionário dos Trabalhadores-Exército Revolucionário do Povo.

No final de 1976, o casal deixou ao seu pequeno filho Marcos aos cuidados de seus avós por causa dos riscos da repressão e eles começaram a pensar no exílio.

Mas não tiveram tempo. Em maio do ano seguinte, Norma foi sequestrada ao lado de um casal de companheiros de militância na cidade na província de Moreno, em Buenos Aires. Os três continuam desaparecidos.

Presume-se que Norma Síntora tenha dado à luz ao bebê, a quem planejavam chamar Pablo ou Soledad, no centro clandestino de detenção e tortura para o qual ela foi levada.

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