Para 6 países da UE, expulsões de migrantes afegãos devem continuar
Nativos do Afeganistão representam cerca de 10% dos requerentes de asilo no bloco em 2020, o 2º maior contingente depois dos sírios
Internacional|Do R7
Em plena ofensiva do Talibã no Afeganistão, seis países da UE enviaram uma carta à Comissão Europeia pedindo que as expulsões de migrantes afegãos não sejam suspensas, anunciaram vários governos nesta terça-feira (10).
Os governos da Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Grécia, Holanda e Áustria afirmaram que as expulsões de migrantes afegãos devem continuar, apesar do apelo do Executivo afegão para suspendê-las.
"Não é porque as regiões de um país são perigosas que todo cidadão deste país tem automaticamente direito à proteção", declarou no Twitter Sammy Mahdi, secretário de Estado belga para Asilo e Migração.
O ministério da Justiça holandês indicou que a Holanda também não quer suspender as expulsões, embora tenha especificado que "a situação no Afeganistão está sendo monitorada de perto".
A Comissão Europeia confirmou à AFP que recebeu a carta, à qual irá responder "no momento certo".
Leia também: Afeganistão luta para evitar que talibãs tomem cidades importantes
O Talibã lançou uma ofensiva contra as forças afegãs em maio, após a retirada das tropas estrangeiras do país. Os insurgentes controlaram grandes áreas rurais e nos últimos dias assumiram o controle de sete das 34 capitais provinciais.
Em julho, o governo de Cabul pediu aos países europeus que parassem de expulsar migrantes afegãos pelos próximos três meses. Depois disso, Suécia e Finlândia suspenderam as expulsões.
Os afegãos representaram cerca de 10,6% dos requerentes de asilo na UE em 2020 (pouco mais de 44 mil de 416.600 pedidos), o segundo maior contingente atrás dos sírios (15,2%), de acordo com a agência de estatísticas Eurostat.