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Peru: Empresário faz acordo de colaboração em caso Odebrecht

Josef Maiman teria envolvimento no recebimento de propinas no valor de US$ 20 milhões do ex-presidente do Peru, Alejandro Toledo

Internacional|Da EFE

O promotor Rafael Vela, coordenador da equipe que investiga o caso Odebrecht no Peru, anunciou nesta quarta-feira (20) que chegou a um acordo de colaboração com o empresário peruano-israelense Josef Maiman, acusado de ter envolvimento nas propinas recebidas pelo ex-presidente do país Alejandro Toledo.

"O acordo com Maiman já está fechado. Precisamos elaborar o documento de colaboração análogo ao assinado com a Odebrecht", afirmou Vela apos voltar de viagem ao Brasil.

O promotor participou da assinatura de um acordo de colaboração da Odebrecht com o Ministério Público do Peru na última sexta-feira (15), em cerimônia realizada no Consulado Geral do país em São Paulo.

Agora, o acordo com o empresário ligado a Alejandro Toledo irá para o juiz Richard Concepción Carhuancho, que avaliará se o pacto tem validade dentro da legislação peruana.


"Serão muito valiosas as informações, que se aplicam tanto para o caso da equipe especial (da Lava Jato) como ao caso Ecoteva, que ainda precisamos fazer as acusações", afirmou o promotor.

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Segundo a imprensa local, Mainam já declarou aos promotores que usou suas empresas para receber US$ 20 milhões em propinas da Odebrecht. O valor teria sido repassado para Toledo em troca de benefícios para a construtora nas licitações dos trechos 2 e 3 da Estrada Interoceânica Sul.


O Ministério Público do Peru pediu em abril de 2016 a prisão preventiva de Mainam por 18 meses por considerá-lo suspeito de ajudar Toledo a receber a propina paga pela Odebrecht no país.

O ex-representante da construtora no Peru, Jorge Barata, admitiu que entregou dinheiro para a Ecoteva, com sede na Costa Rica. A empresa utilizou os recursos para comprar imóveis no nome da sogra de Toledo, Eva Fernenburg, e pagar hipotecas do ex-presidente.


Toledo nega ter recebido propinas da Odebrecht, mas apresentou versões contraditórias sobre a origem do dinheiro usado para a compra dos imóveis no nome da sogra.

A expectativa dos promotores é que os depoimentos de Mainam ajudem a reforçar as acusações contra Toledo, que vive nos Estados Unidos e encara um processo de extradição para o Peru.

O ex-presidente peruano é acusado de lavagem de dinheiro, tráfico de influência e conluio pelos promotores.

A oposição peruano tem criticado a demora para que o processo de extradição de Toledo avance na Justiça americana. O ministro de Justiça do Peru, Vicente Zeballos, prevê que o julgamento sobre a expulsão do ex-presidente do país só ocorra em dois ou três anos.

O escândalo da Odebrecht começou a ser investigado no Peru a partir do caso envolvendo Toledo, revelado por ex-diretores da construtora em depoimentos a promotores dos EUA.

Além de Toledo, o Ministério Público do Peru investiga os ex-presidentes Alan García, Ollanta Humala e Pedro Pablo Kuczynski. A líder da oposição, Keiko Fujimori, também está na mira da Justiça por envolvimento no caso Odebrecht.

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