Pesquisa revela que maioria da população europeia teme uma futura guerra com a Rússia
Especialista afirma que este resultado é uma consequência da retórica de ameaças assumidas por líderes mundiais
Internacional|Do R7
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7
O risco de uma guerra ocorrer entre países da Europa e a Rússia é elevado, pelo menos esse é o pensamento que a maioria dos europeus compartilham. A informação é de uma pesquisa que ouviu mais de 9.500 pessoas no final de outubro e incluiu nove países do bloco.
A percepção de risco difere de um país para o outro. Na Polônia, que divide fronteira com a Rússia e Belarus, 77% consideram as chances de conflito elevadas ou muito elevadas. Já na Alemanha, o percentual é de 51%. Outros 69% dos entrevistados acreditam que a Europa não seria capaz, “de forma alguma”, de se defender da agressão russa.
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Giovana Branco, doutoranda de ciência política da USP, analisou em entrevista ao Conexão Record News nesta quinta (4) os resultados da pesquisa.
“Temos observado o poder dessa retórica de criação de ameaças, algo que tem sido feito tanto pelos russos quanto pelos europeus. Obviamente os países fronteiriços têm uma maior percepção de ameaça. A Finlândia, por exemplo, decidiu depois de anos de neutralidade aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), o que fez aumentar a insegurança dos russos. Mas o caso da Europa é interessante, porque nem mesmo a existência da OTAN impede esse medo, ainda que o tratado faça com que a Rússia nem mesmo seja um problema.”

Ela também comenta sobre os aspectos políticos envolvidos nesta retórica: “Isso também tem uma questão política doméstica. Cada uma das lideranças europeias, de alguma forma, tem se utilizado dessa narrativa até mesmo para atingir os seus próprios objetivos. É uma tendência que vai durar mesmo depois que esse conflito na Ucrânia seja resolvido.”
Ao ser questionada sobre a possibilidade de um avanço russo em outros países após o fim do conflito, Giovana tranquilizou: “Eu diria que esse comentário do Putin é voltado para o público doméstico e não para nós aqui fora do contexto europeu. No fundo, o que ele está fazendo é uma demonstração de força nacional, mostrando que, caso a Europa decida que ele é uma ameaça, a Rússia estaria pronta para atacar. Ele nunca fala sobre atacar a Europa, mas sim de defender a Rússia caso a Europa opte por um conflito armado. Em termos políticos é muito pouco provável que a gente veja, de fato, essa movimentação. Eles vão utilizar bastante essa narrativa, já que isso legitima o poder do próprio regime.”
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