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Pesquisadores chineses sugerem lasers e sabotagem para combater satélites de Musk

Ligação estreita entre SpaceX e órgãos de defesa norte-americanos incomoda militares chineses

Internacional|Do R7

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • Cientistas chineses propõem estratégias para neutralizar satélites da Starlink, operada pela SpaceX de Elon Musk.
  • Estratégias incluem sabotagem, uso de satélites espiões, lasers potentes e materiais corrosivos.
  • A China vê a Starlink como uma ameaça militar, especialmente após a utilização na Ucrânia.
  • O governo chinês criou sua própria constelação de satélites, a Guowang, para competir no mercado.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Pesquisadores chineses afirmam que o sistema de Musk representa riscos em esferas nucleares, espaciais e cibernéticas Reprodução/X

Cientistas ligados ao governo chinês vêm propondo estratégias para neutralizar os satélites da rede Starlink, operada pela empresa SpaceX de Elon Musk. Em artigos publicados por universidades e centros de pesquisa estatais, são mencionadas desde táticas de sabotagem na cadeia de suprimentos até o uso de satélites espiões, materiais corrosivos e lasers de alta potência. As informações são da Associated Press.

As publicações refletem a preocupação de Pequim com o papel estratégico da constelação de satélites de baixa órbita, que oferece acesso à internet em áreas remotas e vem sendo utilizada em contextos militares. O temor chinês aumentou após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, quando Kiev utilizou os satélites da Starlink para manter comunicações militares e operar drones.


A China vê a Starlink como um instrumento de poder dos Estados Unidos, não apenas pela tecnologia, mas pela ligação estreita entre a SpaceX e órgãos de defesa norte-americanos. Segundo levantamento da Associated Press, ao menos 64 artigos acadêmicos chineses sobre a Starlink foram publicados desde o início da guerra na Ucrânia. Em um deles, pesquisadores da Universidade Nacional de Tecnologia de Defesa afirmam que o sistema de Musk representa riscos em esferas nucleares, espaciais e cibernéticas.

Estudos técnicos feitos por engenheiros chineses simularam a cobertura da Starlink em pontos estratégicos como Pequim, Taiwan e regiões polares, e concluíram que os satélites podem fornecer acesso contínuo a essas áreas. Outro estudo analisou a cadeia de fornecimento da SpaceX, apontando que a empresa conta com mais de 140 fornecedores de primeiro nível e diversos fornecedores secundários, o que, segundo os autores, abriria brechas para ações de interferência.


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Entre as soluções propostas estão o uso de satélites para rastrear a frota Starlink, ataques com materiais que afetem baterias e painéis solares e o disparo de lasers terrestres para danificar os sistemas de comunicação. Alguns pesquisadores também defendem o uso de medidas diplomáticas e regulatórias para limitar o alcance das operações da SpaceX em outros países.

Embora a Starlink não opere em território chinês, seus satélites sobrevoam a região e podem ser usados por aliados dos Estados Unidos. Atualmente, a rede é responsável por dois terços de todos os satélites ativos e está presente em mais de 140 países, com forte expansão em mercados como Índia, Paquistão, África e Sudeste Asiático.


Para enfrentar a Starlink, o governo chinês criou a estatal China SatNet, responsável por uma constelação de satélites semelhante à companhia de Musk, conhecida como Guowang. A meta é lançar mais de 13 mil satélites. Outra empresa apoiada pelo governo, a Qianfan, planeja colocar 15 mil satélites em órbita. Ambas visam disputar mercado com a SpaceX em países da Ásia, África e América Latina.

O avanço da Starlink e sua ligação com interesses militares americanos também provocaram reações na Europa. Parlamentares da União Europeia defendem a criação de uma constelação independente, chamada IRIS2, como forma de garantir autonomia estratégica no setor espacial.


Nos Estados Unidos, apesar das críticas à atuação política de Musk, a SpaceX continua recebendo bilhões de dólares em contratos para missões da Nasa, lançamentos militares e fornecimento de serviços de internet em áreas de conflito.

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