Por que Trump está reduzindo a presença militar dos EUA no Leste Europeu
Decisão faz parte de uma revisão mais ampla da postura militar americana, que prefere concentrar esforços no Indo-Pacífico
Internacional|Do R7
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O governo de Donald Trump decidiu reduzir a presença militar dos Estados Unidos no Leste Europeu, o flanco mais vulnerável da Otan na tensão com a Rússia. A medida foi confirmada na quarta-feira (29) pelo Ministério da Defesa da Romênia e marca uma mudança na política de defesa americana, que passa a priorizar a região do Indo-Pacífico.
A decisão afeta diretamente a base aérea de Mihail Kogălniceanu, na Romênia, próxima à fronteira com a Ucrânia. Segundo o ministro da Defesa romeno, Ionut Mosteanu, a medida interrompe a rotação de uma brigada americana que operava em diversos países da Otan, incluindo Bulgária, Hungria e Eslováquia.
“Nossa parceria estratégica é sólida, previsível e confiável”, afirmou Mosteanu, acrescentando que cerca de mil soldados americanos permanecerão no país, número inferior ao contingente atual, estimado em 1.700.
O Exército americano confirmou a redução, mas negou que se trate de uma retirada do continente europeu. Em nota, o comando das Forças Armadas dos EUA na Europa e na África disse que “esta não é uma retirada americana da Europa nem um sinal de menor comprometimento com a Otan e o Artigo 5”, que prevê defesa mútua entre os 32 membros da aliança. O comunicado acrescenta que a medida “é um sinal positivo do aumento da capacidade e responsabilidade europeias”.
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A decisão faz parte de uma revisão mais ampla da postura militar americana, conduzida pelo governo Trump. O presidente já havia afirmado em ocasiões anteriores que os países europeus deveriam assumir mais responsabilidades pela própria defesa. Trump tem insistido que o foco estratégico dos Estados Unidos deve se deslocar para a contenção da China, o que explica a mudança de prioridades em relação à Europa.
A Otan afirmou estar “em contato próximo” com Washington sobre o tema. Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022, a aliança reforçou suas bases na Romênia, Bulgária, Hungria e Eslováquia. Apesar da redução americana, a Romênia deve continuar abrigando tropas de outros aliados, como a França, que triplicou sua presença no país no último ano.
Autoridades romenas afirmam que o impacto da decisão será compensado por esse reforço europeu e que o ambiente de segurança na região “não será alterado”.
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