O gabinete do presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta semana que o mandatário não poderá comparecer ao funeral de Mikhail Gorbachev, neste sábado (3). Segundo assessores, o líder russo tem compromissos oficiais no momento da cerimônia, mas longo histórico entre políticos pode ser o principal motivo para ausência.
Gorbachev foi o último presidente da União Soviética e liderou, entre outras revoluções na república socialista, tratados para a reabertura econômica e o fim da Guerra Fria com os Estados Unidos. A linhagem política mais purista, incluindo Putin, todavia, sempre criticou a forma como a URSS foi dissolvida.
O presidente da Rússia já citou em diferentes oportunidades que o colapso da União Soviética foi a maior catástrofe geopolítica do século 20. Após a morte do ex-líder socialista, Putin se limitou a oferecer breves elogios.
“Mikhail Gorbachev é um político e um estadista que teve um grande impacto na evolução da história do mundo”, disse Putin. “Ele compreendeu profundamente que as reformas eram necessárias, se esforçou para oferecer suas próprias soluções para nossos problemas urgentes”.
Por outro lado, Gorbachev demonstrou apoio em muitas oportunidades ao líder russo. O último presidente soviético disse no começo dos anos 2000 que Putin tinha um bom perfil para assumir o país, comentários que se repetiram em 2018: “Hoje [Putin] é um líder que merecidamente goza do apoio do povo”.
A ironia na relação entre os dois é que Gorbachev acabou apoiando um homem que nunca o reverenciou, tão pouco fez jus ao legado mais progressista e aberto ao mundo do líder soviético.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se despediu nesta quinta-feira (1º) do corpo do último líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev. O importante político do fim do último milênio morreu aos 91 anos de uma grave doença, não divulgada à imprensa