Presidente do Equador limita circulação perto de prédios públicos
Lenín Moreno assinou decreto proibindo que os cidadãos circulem à noite perto de prédios do governo, numa tentativa de evitar novas invasões
Internacional|Da EFE
O presidente do Equador, Lenín Moreno, publicou nesta terça-feira (8) um decreto que amplia o estado de exceção no país, no qual restringe a liberdade de movimentação em áreas próximas a edifícios públicos e instalações estratégicas do país.
Pelo decreto, os equatorianos estão proibidos de circular das 20h às 5h, de segunda-feira a domingo, em "áreas próximas a edificações e instalações estratégicas tais como edifícios onde funcionam as sedes dos órgãos do Estado".
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Também poderão ser incluídos na restrição outros locais estabelecidos pelo Comando Conjunto das Forças Armadas enquanto durar o estado de exceção decretado na última quinta-feira, limitado a um prazo máximo de 30 dias por determinação da Corte Constitucional do Equador.
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Estão livres da limitação pessoas que prestem serviços públicos, como membros da Polícia Nacional e das Forças Armadas, jornalistas credenciados, integrantes de missões diplomáticas, equipes médicas e dos serviços de emergência, além daqueles que atuam no transporte público administrado por entidades estatais.
As forças de segurança estão encarregadas de zelar pelo cumprimento das restrições que passam a valer a partir de hoje.
O Equador vive uma onda de protestos desde a última quinta-feira, quando Moreno anunciou um pacote de medidas econômicas que revoltou parte da população. Acuado em Quito, por motivos de segurança, o presidente mudou a sede do governo provisoriamente para Guayaquil, no sudoeste do país.
Hoje, a sede do parlamento do Equador foi invadida durante cerca de uma hora por manifestantes de grupos indígenas, que se reúnem desde ontem um parque de Quito. Amanhã, eles farão uma grande manifestação para exigir a revogação das medidas econômicas ou a saída de Moreno do poder.
Durante a madrugada, um grupo invadiu a sede da Controladoria-Geral do Estado em Quito. Depois do ataque, o Ministério Público e o Conselho da Magistratura anunciaram que suspenderiam suas atividades nesta terça-feira.