Promotor saudita pede execução de 5 suspeitos de matar Khashoggi
Em primeira audiência sobre o caso na Arábia Saudita, foi pedida a pena de morte para parte dos 11 acusados do assassinato
Internacional|com Cristina Charão, do R7
Um promotor saudita pediu pena de morte para cinco dos 11 suspeitos presos pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no consulado do país em Istambul no dia 2 de outubro, informou a agência de notícias estatal SPA nesta quinta-feira (3).
O pedido ocorreu durante a primeira audiência judicial do caso Khashoggi, que prejudicou gravemente a reputação internacional do reino e azedou suas relações com países ocidentais.
O caso Khashoggi
Khashoggi foi visto pela última vez quando entrou no consulado saudita em Istambul, na Turquia. Ele buscava por documentos para seu casamento que aconteceria em breve.
O jornalista vivia há alguns anos nos EUA, onde trabalhava como colaborador do The Washington Post. Ele havia deixado a Arábia Saudita por temer por sua vida, como revelaram mensagens trocadas com outro colega.
Em seu país, ele era conhecido por seu trabalho de denúncia dos abusos do regime saudita, liderado pelo príncipe Mohammed Bin Salman, especialmente na Guerra do Iêmen.
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As autoridades turcas, responsáveis pelas investigações, afirmam Khashoggi foi torturado e esquartejado dentro do consulado saudita. Gravações teriam comprovado esta hipótese ao registrar os últimos minutos do jornalista dentro do prédio.
O governo turco teria compartilhado o conteúdo das gravações com diversos países, gerando reações de diversas potências ocidentais e colocando a relação entre os EUA e a Arábia Saudita sob escrutínio internacional.
No final de 2018, Khashoggi foi reconhecido como Pessoa do Ano pela revista Time, ao lado de outros jornalistas considerados "guardiões da verdade" pela revista norte-americana.