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Quem é Karol Nawrocki, apoiador de Trump empossado como presidente da Polônia

Conservador e boxeador amador assume presidência em meio a tensões com governo Tusk e incertezas sobre relações com Ucrânia

Internacional|Do R7

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • Karol Nawrocki, apoiador de Trump e historiador conservador, foi empossado presidente da Polônia em cerimônia no parlamento.
  • Sua vitória em junho foi marcada por contestações e polêmicas durante a campanha, incluindo acusações sobre irregularidades.
  • Nawrocki pode usar o poder de veto contra o governo de Donald Tusk e propõe cortes de impostos que afetam o orçamento.
  • O novo presidente sugere uma mudança na política em relação à Ucrânia, buscando equilíbrio entre apoio militar e demandas por reciprocidade.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Karol Nawrocki celebra vitória de eleição presidencial da Polônia Divulgação/Chancelaria do Presidente da República da Polônia

Karol Nawrocki, boxeador amador, historiador conservador e apoiador de Donald Trump, foi empossado nesta quarta-feira (6) como presidente da Polônia em uma cerimônia realizada no parlamento polonês, em Varsóvia.

A vitória de Nawrocki, apoiado pelo partido nacionalista Lei e Justiça (PiS), marca um novo capítulo de tensões políticas no país, especialmente com o governo centrista do primeiro-ministro Donald Tusk, e levanta questões sobre o futuro das relações com a Ucrânia.


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Aos 42 anos, Nawrocki, pai de três filhos, conquistou a presidência em 1º de junho com 50,89% dos votos, derrotando por uma margem estreita o prefeito liberal de Varsóvia, Rafal Trzaskowski, que também perdeu a eleição anterior.

A campanha foi marcada por controvérsias, incluindo alegações sobre o passado de Nawrocki, como a acusação de que ele teria adquirido uma propriedade de um idoso em troca de uma promessa de cuidados não cumprida.


Ele negou as irregularidades, mas, respondendo a outras especulações polêmicas sobre sua carreira, admitiu ter participado de uma briga organizada entre torcedores de futebol no passado, segundo a agência de notícias Reuters.

Após a eleição, apoiadores de Trzaskowski apresentaram milhares de protestos à Suprema Corte, apontando irregularidades em algumas seções eleitorais. Apesar disso, as contestações não foram suficientes para alterar o resultado.


O PiS, por sua vez, acusou os adversários liberais de tentar “subverter a vontade do povo” e convocou uma marcha em Varsóvia no dia da posse para demonstrar apoio a Nawrocki.

“Quem puder, venha a Varsóvia para a posse do presidente. Vamos mostrar que os patriotas estão com Karol Nawrocki neste dia importante”, escreveu o parlamentar do PiS Michal Wojcik no X.


Conflito com governo Tusk

A eleição de Nawrocki representa um golpe contra as ambições de Donald Tusk, que lidera uma coalizão de centro-direita, derrotada nas eleições parlamentares de 2023, e busca consolidar uma agenda pró-União Europeia.

O novo presidente, alinhado ao PiS, pode usar seu poder de veto para bloquear iniciativas do governo, como a reversão das reformas judiciais do partido, criticadas por minarem a independência dos tribunais.

Além disso, Nawrocki propõe medidas populares, como cortes de impostos, que podem pressionar o orçamento já limitado do governo. “Como primeiro-ministro, trabalhei até agora com três presidentes. Como será com o quarto? Nós nos viramos”, escreveu Tusk no X.

Relações com Ucrânia e Otan

Um ponto de destaque é a mudança de tom de Nawrocki em relação à ajuda à Ucrânia. A expectativa é de que o mandatário tenha uma postura diferente da de seu antecessor, Andrzej Duda, que comandou o país por quase 10 anos.

Enquanto Duda foi um apoiador consistente da integração da Ucrânia na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e na União Europeia, Nawrocki parece buscar um equilíbrio entre apoio militar e demandas por reciprocidade, o que pode gerar tensões com Kiev.

Nawrocki e o PiS também defendem que a aliança com os EUA deve ser prioritária. “Os Estados Unidos são, sem dúvida, nosso parceiro prioritário”, declarou Rafal Leskiewicz, porta-voz de Nawrocki, segundo a Reuters.

Essa postura contrasta com a visão de Tusk, que defende um papel maior da União Europeia em questões de defesa, ao lado da Otan.

Antes de ser escolhido pelo PiS, Nawrocki era pouco conhecido pelo público até então. Ex-chefe do Instituto da Memória Nacional, ele é um novato na política, o que gera incertezas sobre a presidência.

“Não sei se ele implementará integralmente as políticas de Lei e Justiça ou se tentará criar suas próprias iniciativas”, disse Andrzej Rychard, sociólogo da Academia Polonesa de Ciências, em entrevista à Reuters.

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