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"Queremos que sintam nossa dor", diz Taleban após ataque a escola administrada pelo Exército paquistanês

Atentado seria resposta por famílias de insurgentes serem "alvo" dos militares

Internacional|Do R7

Pelo menos 141 pessoas morreram no ataque de terça-feira, a maioria criança
Pelo menos 141 pessoas morreram no ataque de terça-feira, a maioria criança

Um sangrento ataque taleban contra uma escola do Paquistão na terça-feira (16) deixou pelo menos 141 mortos — entre eles sete integrantes do grupo radical — e dezenas de feridos, a maior parte criança, em uma das piores ações terroristas no país, que se prolongou durante horas e gerou uma enérgica condenação internacional.

O principal grupo taleban paquistanês, o TTP (Tehrik-e-Taliban Pakistan), reivindicou a autoria do ataque e alegou que, "para o Exército", suas famílias "são alvos" nas operações militares contra os insurgentes nas regiões tribais do Waziristão do Norte e de Khyber.

"Queremos que sintam nossa dor", disse o grupo em comunicado, no qual acrescentou que entre seus membros que participaram do ataque estavam "suicidas" com "ordens de atirar nos estudantes mais velhos, mas não nas crianças", como reproduziram jornais paquistaneses.

O diretor-geral do escritório de relações públicas do ISPR (Exército paquistanês), Asim Bajwal, declarou em entrevista coletiva que mais de 130 das vítimas que morreram no ataque eram meninos, com idades entre 7 e 17 anos. Os outros nove eram funcionários do colégio.


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Entre os feridos estão nove militares que ajudaram na operação de libertação das 960 pessoas que estavam no interior da escola.

O ataque começou quando um grupo de insurgentes vestidos com uniformes do Exército entrou pelos fundos do colégio, administrado por militares na cidade de Peshawar, antes do meio-dia no horário local (6h de Brasília), equipados com várias armas e coletes com explosivos, detalhou Bajwal.


Segundo ele, os talebans não tinham intenção de fazer reféns, apenas de conseguir atingir o maior número possível de vítimas.

O ataque só foi encerrado por volta das 18h20 locais (11h20 de Brasília), quando os militares conseguiram matar sete insurgentes que estavam entrincheirados.

Contexto

O ataque à escola foi uma resposta do grupo extremista a uma campanha conduzida pelo Exército contra insurgentes em áreas tribais.

Desde junho, os militares paquistaneses realizam operações nas regiões do Waziristão e de Kyhber com contínuos bombardeios e operações terrestres que, de acordo com fontes oficiais, causaram mais de 1.100 mortes.

O Taleban paquistanês luta para derrubar o governo e estabelecer um rígido regime islâmico, mas o grupo é mais forte no Afeganistão.

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Com origem nas tribos que viveram na fronteira entre esses dois países, os talebans estiveram no governo afegão durante cinco anos (1996-2001), quando houve a invasão norte-americana ao país.

O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, afirmou que o ataque é uma "crise nacional" e que os culpados não serão perdoados.

Além de decretar três dias de luto em todo o país, ele convocou uma reunião amanhã em Peshawar com todos os partidos representados no Parlamento.

A ação de ontem foi uma das piores ocorridas nos últimos anos no país asiático, que viveu em novembro um atentado que deixou 57 mortos e 112 feridos em um posto na fronteira do Paquistão com a Índia.

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