Reino Unido e Hezbollah advertem que invasão terrestre de Israel será um erro

O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, advertiu neste domingo (18) que Israel perderá apoio em nível internacional se lançar uma ofensiva terrestre contra os palestinos de Gaza.

Em declarações à emissora Sky News, Hague reiterou, como disse nos últimos dias, que "a principal responsabilidade" na atual crise é do Hamas por seus ataques com foguetes contra Israel, mas insistiu que as duas partes devem fazer esforços para diminuir a violência.

— Tanto o primeiro-ministro [do Reino Unido, David Cameron] como eu ressaltamos a nossos colegas que uma invasão terrestre de Gaza lhes diminuiria muito do apoio e da solidariedade internacional que têm nesta situação. Uma invasão terrestre é mais difícil que tenha apoio, e isso inclui o Reino Unido.

Cameron pediu no último sábado (17) ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que "faça todo o possível" para pôr fim ao atual conflito, segundo confirmou neste domingo um porta-voz governamental.

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O primeiro-ministro inglês expressou sua solidariedade pelos ataques com foguetes que Israel continua sofrendo e também mostrou sua preocupação pelo risco que o conflito se agrave e cause mais mortes de civis em ambos lados.

Em Londres, centenas de pessoas se manifestaram no último sábado em frente à embaixada israelense em solidariedade aos palestinos e para protestar pela posição adotada até agora pelo governo britânico, que acusou ao Hamas de ser o "principal responsável" da atual crise.

Por outra parte, o Partido Trabalhista britânico, na oposição, pediu ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que viaje à região para intervir pessoalmente a fim de resolver o conflito.

Hezbollah

O líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, considera que Israel cometerá um "grave erro" se lançar uma operação terrestre sobre Gaza, já que, segundo ele, a resistência palestina tem capacidade suficiente para enfrentá-la.

Em discurso gravado por ocasião do terceiro dia do feriado xiita da Ashura, Nasrallah declara que os israelenses foram surpreendidos "ao descobrir a existência de mísseis Fajr 5 [de fabricação iraniana], que caíram sobre Tel Aviv, quando no começo de seus ataques afirmaram que tinham destruído os sistemas de foguetes de médio alcance, que podem alcançar algo mais de 40 quilômetros".

Nasrallah espera que os países árabes adotem uma "postura adequada", mas teme que estes pressionem o movimento palestino Hamas e as milícias que operam em Gaza a "abandonar suas condições e reivindicações".

Da mesma forma, reiterou sua chamada a que os países árabes utilizem todo tipo de pressão, como elevar os preços do petróleo, para que cessem os ataques israelenses.

— O que acontece na Faixa de Gaza revelou de novo a verdadeira cara do presidente americano, Barack Obama, que apoia Israel de modo incondicional.