O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy confirmou, na quinta-feira (24), que o míssil russo que atingiu um prédio residencial em Kiev, matando 12 pessoas, foi fornecido pela Coreia do Norte. De acordo com fontes militares ucranianas, o míssil usado no ataque foi o KN-23, fabricado pelo regime de Kim Jong-un, e foi lançado durante um ataque aéreo russo no distrito de Sviatoshynskyi, a oeste da capital ucraniana.O KN-23 é um míssil balístico de curto alcance com uma ogiva de até uma tonelada, sendo mais poderoso do que os mísseis russos tradicionais. Desde o final de 2023, a Coreia do Norte tem fornecido à Rússia uma vasta gama de armamentos, incluindo projéteis de artilharia, sistemas de foguetes e mísseis balísticos.A cooperação militar entre os dois países se intensificou à medida que a Rússia se isolou internacionalmente após a invasão da Ucrânia, em 2022. As autoridades ucranianas estimam que, até 2025, a Coreia do Norte terá enviado à Rússia 148 mísseis KN-23 e KN-24.Além de fornecer armamentos, a Coreia do Norte continua a avançar no desenvolvimento de mísseis de curto alcance, com versões aprimoradas do KN-23 em fase de testes. O modelo mais recente, com ogiva de 2,5 toneladas, é ainda mais potente e desafia sistemas de defesa modernos, como o THAAD da Coreia do Sul e o sistema antimísseis dos EUA.Inspirado no Iskander, míssil balístico de curto alcance desenvolvido pela Rússia, o KN-23 se destaca por sua capacidade de realizar manobras durante o voo, o que dificulta a interceptação por sistemas de defesa. Lançado de plataformas móveis, o míssil aumenta sua mobilidade e torna a localização de seus lançadores mais difícil. A tecnologia de combustível sólido também é um ponto-chave, pois torna o KN-23 difícil de detectar e interceptar.O aumento na produção do KN-23 e o fortalecimento das capacidades de mísseis da Coreia do Norte indicam que Pyongyang tem investido fortemente em tecnologia de mísseis de curto alcance. Segundo um relatório do KIDA (Instituto Coreano de Análises de Defesa), a Coreia do Norte embolsou cerca de US$ 20 bilhões (cerca de R$ 117 bilhões) com seu apoio militar à Rússia na guerra contra a Ucrânia. A maior parte da receita, cerca de US$ 19,2 bilhões, vem da venda de munições, como projéteis de artilharia de 122 mm e 152 mm, mísseis antitanque Bulsae-4, mísseis balísticos KN-23 e RPGs.Estimativas apontam que a Coreia do Norte enviou mais de 21 mil contêineres de armas à Rússia por via marítima entre agosto de 2023 e março de 2025, com remessas adicionais possivelmente realizadas por terra e ar.Rússia e Coreia do Norte negam o envolvimento militar direto de Pyongyang no conflito, mas defendem sua cooperação bilateral com base em um pacto de defesa mútua assinado no ano passado.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp