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Saiba por que elefante e burro são os símbolos dos partidos dos EUA

Animais identificam republicanos e o democratas há um século e são usados até hoje em campanhas dos candidatos dos dois partidos

Internacional|Mariana Ghirello, do R7

O elefante do partido Republicano e o burro do partido Democrata
O elefante do partido Republicano e o burro do partido Democrata O elefante do partido Republicano e o burro do partido Democrata

O que um dia foi considerado uma ofensa, acabou se tornando o símbolo dos partidos norte-americanos Democratas e Republicanos. O primeiro representado por um burro e o segundo com um elefante. Os animais são usados tanto pelas suas qualidades, por apoiadores, quanto por seus defeitos, por seus opositores.

A chave para entender de onde surgiu o uso destes animais como símbolos está na história do cartunista Thomas Nast, que representava e suas charges os partidos com o desenho de burro e elefante. Para Nast, o partido progressista também tinha um animal, o alce.

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As ilustrações eram publicadas na revista Harper's Weekly, que se destacou na cobertura da Guerra Civil Americana, de 1861 a 1865, mas também apresentando notícias internacionais, crônicas, ensaios e claro, humor. Mas seu auge foi quando Thomas Nast esteve a frente da publicação.

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A revista chegou a ser uma das mais lidas na época da guerra civil norte-americana. Suas ilustrações e charges eram provocativas e causavam impacto na opinião pública.

Ilustração de Gordon publicada na Harper's Weekly
Ilustração de Gordon publicada na Harper's Weekly Ilustração de Gordon publicada na Harper's Weekly

Na época, século 19, a escravidão também era um tema recorrente dos debates políticos. Foi após uma das ilustrações publicadas na revista que o país se deu conta da brutalidade cometida contra os negros escravizados.

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A reportagem contava a história de Gordon, um negro que fugiu de uma fazenda da Louisiania, e o desenho mostrava suas costas brutalmente marcadas e cheias de cicatrizes. Após a publicação, negros livres no norte se alistaram na guerra.

Elefante e burro na charge

Em 1828, o advogado do Tenesse, Andrew Jackson foi candidato presidencial do partido Democrata. A campanha, como sempre, foi tensa e recheada de ataques, com opositores o chamando de burro. Mas ele não se importou, e até mesmo de forma irônica, colocou o animal em seus cartazes.

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Jackson acabou eleito e foi o primeiro integrante do partido democrata a governar os Estados Unidos. Além de ser herói da guerra civil, ele ocupou cargo na Câmara e no Senado do país. 

Já o uso do elefante para se referir ao partido Republicano remonta à guerra civil. Ele era usado como símbolo de bravura nas campanhas de incentivo à participação e como 'experiência em combate'. Abraham Lincoln foi o primeiro presidente Republicano a ser eleito, e também utilizou o paquiderme em sua campanha.

Da boca do povo para o papel

Apesar de Thomas Nast popularizar os mascotes, não foi ele que teve a ideia inicial. Na verdade, os animais já faziam parte das ofensas usadas entre os partidos opositores. Embora o partido Republicano tenha assumido o elefante como mascote do partido, o burro não foi usado nas campanhas recentes dos democratas.

Mas a simbologia é usada até os dias atuais nas eleições, seja para ofender ou para valorizar os partidos. Nas campanhas em alguns estados, os nomes dos partidos se quer aparecem, mas o o jumento e o elefante, não podem faltar.

Segundo o Manuel Furriela, que atuou no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) em Washington DC e atualmente é reitor da FMU (Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas), alguns estados utilizam os animais na cédula de votação.

"Cada estado possui sua própria regra para eleições, pode votar em apenas um dia, ou por meses, cédula com furo, tem estado com desenho do elefante ou burro, ou urna eletrônica", destaca o especialista.

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