Sob risco de ser preso, George Santos negocia acordo com a Procuradoria dos EUA

Expulso do Congresso no começo do mês, o agora ex-deputado George Santos tenta um acordo de confissão com procuradores federais dos EUA, diante do risco de ser preso, informa a emissora de TV americana ABC News.

"As partes estão atualmente envolvidas em negociações de confissão com o objetivo de resolver este assunto sem a necessidade de um julgamento", diz um documento ao qual a rede de televisão teve acesso. Um julgamento foi marcado para setembro do próximo ano. 

Filho de brasileiros, o congressista de 35 anos enfrenta uma série de acusações de irregularidades nos fundos de campanha, incluindo o uso de dinheiro de doações em aplicações de Botox e para o pagamento de assinatura de um site de pornografia.

O Departamento de Justiça acusa Santos de crimes como uso ilegal de cartões bancários de terceiros, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro, roubo de fundos públicos e por fazer declarações materialmente falsas à Câmara dos Representantes. Ele ainda corre o risco de ser preso.

Uma das investigações revelou o recebimento indevido de seguro-desemprego durante a pandemia de Covid-19, antes de ter sido eleito.

Ele havia escapado de um processo de cassação no Congresso, mas um relatório de legisladores republicanos e democratas no Comitê de Ética mostrou "enormes evidências" de má conduta por parte de Santos. Segundo os congressistas, ele havia "tentado explorar de maneira fraudulenta todos os aspectos de sua candidatura à Câmara para o próprio benefício financeiro".

Em 1º de dezembro, a Câmara o expulsou, com 311 votos a favor da cassação e 114 contrários.

Santos chegou ao Capitólio em 2022, quando ajudou os republicanos a conseguir uma maioria mínima na Câmara.

Pouco tempo depois, no entanto, foi revelado que havia mentido sobre quase tudo o que constava em seu currículo aparentemente extraordinário.

Uma nova eleição para a vaga deixada por ele deve ocorrer nos próximos meses e será conduzida pelo estado de Nova York — ele foi eleito pelo 3º Distrito Congressional de Nova York, em 2020.