Supremacistas brancos querem usar coronavírus como arma
Grupos motivados por discursos de ódio e racismo planejavam atacar vizinhanças não-brancas e autoridades com saliva contaminada
Internacional|Do R7
Grupos de supremacistas brancos planejavam usar o novo coronavírus como arma biológica e espalhar o vírus perto de vizinhanças não-brancas nos Estados Unidos e atacar autoridades borrifando saliva contaminada pelos lugares, segundo documentos do serviço de inteligência.
Através de mensagens criptografadas pelo Telegram, grupos organizavam como seriam os ataques e diziam que precisavam passar “o máximo de tempo possível em lugares públicos com os ‘inimigos’” para conseguir transmitir o vírus.
Leia também
Segundo cientistas, o coronavírus sobrevive até 30 minutos no ar e se espalha rapidamente entre as pessoas.
Além de atacar minorias étnicas e raciais, os supremacistas também queriam atacar policiais e outras autoridades, deixando “saliva em maçanetas” e botões de elevadores em prédios do governo, explica o jornal britânico The Telegraph.
Os documentos, obtidos pelo Yahoo News, dizem que “extremistas violentos continuam fazendo bioterrorismo um tópico popular entre eles” e que extremistas brancos disseram que tinham a “obrigação” de espalhar o vírus para aqueles que eles acreditavam que tinham que ser infectados.
Os grupos terroristas perceberam a capacidade de infecção e o potencial letal do vírus assim que as notícias saíram e antes do governo federal norte-americano começar a se posicionar para frear os contágios e lidar com os enfermos.
Ameaça nacional
Assim como no Reino Unido, supremacistas brancos já são vistos como uma ameaça nacional e o número de membros e de casos de violência motivados por princípios extremistas cresceu no país.
O diretor do FBI, Christopher Wray, disse ao Judiciário dos Estados Unidos em fevereiro que a ameaça da ultra direita se tornou uma “ameaça nacional prioritária” para 2020, representando uma “ameaça constante de violência e danos econômicos” para o país e que seus motivos racistas, antissemitistas, islamofóbicos e reações contrárias às decisões do legislativo continuam.
No ano passado, o FBI prendeu 107 pessoas acusadas de terrorismo doméstico. Os crimes tinham em sua maioria motivos racistas e base em ideologias de ódio, o que tornou o movimento o mais violento dos últimos 20 anos dentro dos EUA.