Técnico de meninos resgatados em caverna é 'homem gentil e humilde'
Conhecido como Ek, técnico de futebol que ficou preso mais de duas semanas com meninos em caverna busca conseguir cidadania tailandesa
Internacional|Do R7
O técnico de futebol dos meninos tailandeses resgatados de uma caverna inundada da Tailândia nesta semana é um homem gentil e humilde que ama esportes e espera se tornar um cidadão tailandês, de acordo com familiares e amigos.
Ekkapol Chantawong, ou Ek, como é conhecido, foi posto sob os holofotes por ser o único adulto do grupo de 13 pessoas que ficaram presas em uma caverna na província de Chiang Rai, no norte tailandês, no dia 23 de junho, durante um passeio.
Todos os 13 foram salvos durante um resgate dramático através de túneis inundados nesta semana.
Ek, de 25 anos, e os 12 garotos estão hospitalizados desde que foram resgatados. Ele não falou publicamente sobre a provação, nem sobre como o grupo ficou detido pelas águas após uma chuva sazonal intensa.
Leia também
Angústia e superação: como foi a busca de meninos presos na caverna
Tailândia: comandante pede que meninos 'aproveitem a vida'
Resgate na Tailândia: As 3 chaves que explicam como 12 meninos e seu treinador sobreviveram por 17 dias na caverna
Tailândia: brasileiro voluntário ajudou a tirar água de caverna
"Ek é um homem gentil e humilde", disse um de seus familiares, Charoenpol Rattanaweerachon, de 52 anos. "Ele ama esportes, ciclismo e futebol desde que era pequeno".
Em carta escrita ainda dentro da caverna e entregue aos pais dos meninos pelas equipes de resgate, ele mostrou remorso, pedindo desculpas e prometendo tomar "o melhor cuidado possível" dos alunos.
"Ele é um menino do interior, por isso gosta da natureza", comentou o familiar.
Técnico é considerado apátrida
A atenção também se voltou para a situação de Ek na Tailândia.
Ele é membro da minoria Tai Lue, um de vários grupos cujos integrantes se movimentam durante gerações pela região através de fronteiras abertas em colinas remotas entre o sul da China, Mianmar e Laos e no interior da colcha de retalhos de comunidades étnicas do norte da Tailândia.
Muitas destas pessoas não têm cidadania tailandesa e são oficialmente apátridas.
Weenat Seesuk, autoridade do Ministério do Interior em Bancoc, disse que Ek e três dos meninos do time "Javalis Selvagens" estão nesta condição.
"Eles não são cidadãos tailandeses", disse Weenat à Reuters, acrescentando que as autoridades estão analisando se eles se qualificam para obter a cidadania.
Muitos tailandeses disseram nas redes sociais que os garotos e o técnico deveriam receber a cidadania após seu calvário.
"Ele adoraria se tornar um cidadão tailandês", afirmou Charoenpol.