Testemunha: Esposa de Chapo ajudou a coordenar fuga de prisão

A esposa do traficante mexicano Joaquín "El Chapo" Guzmán foi fundamental para a segunda fuga do chefão de uma prisão de segurança máxima, em 2015. Segundo uma testemunha, ela ajudou a coordenar os esforços dentro e fora da cadeia.

Damaso López Nuñez, conhecido com "El Licenciado", voltou a testemunhar no julgamento de Guzmán nesta quarta-feira (23). Ele afirmou que Emma Coronel Aispuro, mãe de duas filhas do chefão, trazia mensagens e até um localizador para o marido, para ajudar a executar o plano.

Fugas espetaculares

A fuga de Chapo, que aconteceu em 11 de julho de 2015, foi tão espetacular quanto a de 2001. Na primeira vez, ele saiu dentro de um carrinho de roupas sujas da prisão de Puente Grande. Na segunda, o cartel construiu um túnel debaixo do chuveiro da cela, na penitenciária de El Altiplano.

O traficante desceu por uma pequena escada e chegou a um túnel onde um piloto o esperava com uma moto, presa às paredes do túnel. Com essa moto, eles se afastaram rapidamente da prisão e chegaram a uma construção a cerca de dois quilômetros dali.

A obra estava em execução em um terreno comprado por um dos filhos de Chapo, segundo o depoimento de Damaso. Além das mensagens, Emma também teria levado para o marido um relógio com GPS embutido. Com o sinal, os operários do cartel souberam exatamente onde deveria sair o túnel.

Plano frustrado

Chapo foi recapturado mais uma vez em janeiro de 2016. El Licenciado contou que Emma chegou a subornar um alto oficial do governo mexicano, com US$ 2 milhões (cerca de R$ 7,5 milhões), para que ele fosse transferido de Ciudad Juárez novamente para El Altiplano, onde eles tentariam uma nova fuga.

Antes que ele fosse transferido, Chapo foi extraditado para os EUA, no início de 2017. Mesmo com participação nessas e em outras atividades do cartel, Emma, que compareceu à maior parte das audiências no julgamento, não foi indiciada por nenhum crime.