Trens voltam a circular na Índia após tragédia que deixou 275 mortos
Serviço foi retomado nesta segunda (5), com os destroços dos vagões envolvidos em acidente ainda ao lado dos trilhos
Internacional|Do R7
O serviço de trens e passageiros foi retomado nesta segunda-feira (5) na região do pior acidente ferroviário em três décadas na Índia, que teve o balanço revisado pelas autoridades para 275 mortos — no fim de semana, chegaram a ser anunciadas 288 vítimas.
Os trens voltaram a circular ao lado ainda dos destroços dos vagões envolvidos no acidente de sexta-feira (2) nas proximidades de Balasore, no estado de Odisha (leste do país), que, segundo as autoridades, foi provocado por falhas no sistema de sinalização.
O governo do estado de Odisha reduziu o balanço de mortes para 275 e explicou que a revisão aconteceu porque alguns corpos haviam sido contabilizados duas vezes por engano.
Dos 1.175 feridos, 382 permanecem hospitalizados, vários deles em estado grave, anunciaram as autoridades.
Após a catástrofe, grandes redes verdes foram posicionadas ao longo dos trilhos para ocultar os vagões destruídos, que foram empurrados para as margens dos aterros.
O ministro dos Transportes Ferroviários, Ashwini Vaishnaw, afirmou no domingo que as autoridades identificaram "a causa do acidente e as pessoas responsáveis". Ele disse que o acidente foi provocado por uma "mudança na sinalização eletrônica".
Nesta segunda-feira, o ministro permaneceu em sinal de oração quando um trem de carga (com carvão) passou pela área do acidente, na retomada do serviço, após 51 horas.
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O jornal The Times of India, que cita uma investigação preliminar, afirmou no domingo que uma "falha humana" pode ter provocado um dos piores acidentes ferroviários da história do país.
O Coromandal Express, que viajava entre Calcutá e Chennai, recebeu luz verde para circular pela via principal, mas foi desviado por uma falha humana para um trilho onde um trem de carga estava estacionado, de acordo com o jornal.
O trem de passageiros colidiu com a composição de cargas a uma velocidade de 130 km/h. Três vagões tombaram no trilho anexo e atingiram a parte final de um trem expresso de passageiros que seguia de Bangalore a Calcutá.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, visitou o local da tragédia e passageiros hospitalizados. "Nenhum responsável pelo acidente ficará impune", prometeu.
Os feridos em estado crítico foram transferidos para hospitais maiores em outras cidades, mas várias pessoas permanecem internadas no principal hospital público de Balasore.
Gura Palai, 24 anos, morador do estado de Jharkhand, sofreu vários ferimentos em uma perna e num ombro. A família está preocupada com os próximos meses.
"Ele tem que ser operado na perna, e os médicos afirmam que a recuperação levará algum tempo", declarou o tio do jovem, que não quis revelar o nome, ao lado da esposa e do filho de Palai.
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"Ele é o único integrante que trabalha em sua jovem família. Como vão sobreviver?", questionou.
Esse foi o o pior acidente ferroviário na Índia desde 1995, quando uma colisão entre dois expressos perto de Agra, cidade onde fica o Taj Mahal, provocou mais de 300 mortes.
O acidente mais letal na história da Índia aconteceu em 6 de junho de 1981, no estado de Bihar (leste), quando sete vagões de um trem caíram de uma ponte no rio Bagmati — uma tragédia que provocou entre 800 e mil mortes.
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