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Trump anuncia retirada de EUA do acordo nuclear com o Irã

Em pronunciamento na Casa Branca, líder confirmou expectativas internacionais; tratado havia sido negociado por Barack Obama em 2015

Internacional|Ana Luísa Vieira e Fábio Fleury, do R7, com agências internacionais

Trump assinou memorando que ordena saída do acordo
Trump assinou memorando que ordena saída do acordo

Em pronunciamento na Casa Branca, em Washington, nesta terça-feira (8), o presidente norte-americano Donald Trump afirmou que os Estados Unidos vão se retirar do acordo nuclear internacional com o Irã — confirmando expectativas da comunidade internacional.

"Esse acordo nunca trará a paz. Os termos deles são inaceitáveis", disse Trump durante o discurso. "Depois de consultar nossos aliados, cheguei à conclusão de que o programa nuclear iraniano jamais poderá ser interrompido. Portanto, anuncio hoje que os Estados Unidos estão fora do acordo."

Trump afirmou que tem provas de que o Irã continua enriquecendo urânio com finalidades militares — ao contrário do que havia dito o secretário de Estado, Mike Pompeo, ao Senado dos EUA.

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"O acordo permitiu que o governo iraniano continuasse seu programa nuclear até chegar à beira de construir uma bomba nuclear. Se ele continuar, logo haverá uma corrida nuclear no Oriente Médio", disse Trump, em tom alarmista.


Para Trump, o acordo "deveria proteger os Estados Unidos e seus aliados da insanidade do regime iraniano", o que não está acontecendo. "Havia uma grande ficção, de que um regime assassino teria vontade de apenas construir um reator de maneira pacífica."

Acordo com Irã foi assinado em 2015


Firmado por algumas potências mundiais em 2015 e negociado por Barack Obama, o acordo fez o Irã se comprometer a limitar suas atividades nucleares em troca do alívio nas sanções internacionais.

Desde sua campanha como candidato à presidência dos EUA, Trump afirmou repetidas vezes ver "defeitos" no documento — dizendo que os termos são brandos demais e limita as atividades nucleares do Irã por apenas um período fixo, não conseguindo impedir o desenvolvimento de mísseis balísticos.


"Eu cumpro minhas promessas", disse Trump no pronunciamento.

O presidente dos EUA afirmou que deu chances de renegociar os termos do acordo e que não houve sinalização do governo iraninano.

Preocupação internacional

Após o anúncio de Trump, o presidente francês, Emmanuel Macron, lamentou a decisão em seu perfil oficial no Twitter e disse que a França e outras nações que assinaram o pacto com o Irã permanecem no acordo.

"A França, a Alemanha e o Reino Unido lamentam a decisão dos EUA de deixar o acordo. O programa de não-proliferação de armas nucleares está em risco", escreveu o presidente da França.

Nesta terça-feira, o vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov, também pediu aos Estados Unidos que não tomassem 'medidas precipitadas' contra o Irã, prejudicando o acordo nuclear. O mesmo fez o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, em um artigo publicado pelo jornal The New York Times.

"Acho que preservar as restrições do acordo sobre o programa nuclear iraniano permitirá compensar a atitude agressiva de Teerã na região. Estou convencido disso: qualquer alternativa possível é pior. A melhor linha a seguir seria melhorar as amarras antes de rompê-las", ressaltou Johnson.

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