Trump é segundo presidente da história dos EUA a voltar ao cargo em mandatos não consecutivos
Primeiro a alcançar o feito foi o democrata Grover Cleveland, no fim do século 19; Trump ultrapassou os votos do 270 delegados
Internacional|Do R7, em Brasília
Donald Trump será o segundo presidente da história dos EUA a voltar ao cargo em mandatos não consecutivos. O republicano será o 47º presidente dos Estados Unidos, depois de ultrapassar os 270 delegados no colégio eleitoral. Ele volta à Casa Branca a partir de 20 de janeiro.
O último presidente a conseguir voltar à presidência em mandatos não consecutivos foi o democrata Grover Cleveland, no final do século 19. Na ocasião, Cleveland ocupou o posto entre 1885 e 1899 e, posteriormente, entre 1893 e 1897.
Veja Mais
Trump venceu em estados considerados decisivos, como Geórgia, Carolina do Norte e Pensilvânia. Às 7h35 (horário de Brasília), ele havia garantido 277 votos, com o resultado mais recente de Wisconsin, que garantiu mais 10 votos no colégio eleitoral.
Líderes internacionais já parabenizaram o republicano pela vitória. A adversária dele, Kamala Harris, todavia, ainda não se pronunciou. Trump retorna à Casa Branca oito anos após a primeira eleição. Nas eleições de 2020, o republicano perdeu para Joe Biden e, na ocasião, muitos acreditavam que a carreira política de Trump tinha chegado ao fim.
Além disso, esta é a primeira vez na história dos Estados Unidos que um presidente eleito é réu em diversos processos criminais — o que inclui conspiração contra o Estado pelo incentivo ao ataque ao Capitólio.
‘Lei e ordem’
Em 2016, saiu vitorioso com o slogan “Make America Great Again” (Faça os Estados Unidos Grandes de Novo, em tradução literal) e com a promessa de construir um muro na fronteira com o México para impedir a entrada de imigrantes ilegais e drogas.
Quatro anos depois, prometeu restaurar os EUA por meio “da lei e da ordem”, em um momento de pandemia e manifestações antirracistas por causa da morte de George Floyd. Ao perder, teria incitado seus apoiadores a invadir o Capitólio com a mentira de que os democratas haviam roubado a eleição, segundo as acusações que enfrentou.
Na campanha deste ano, apenas a intensidade do discurso mudou. Não falou mais em muro, mas em deportação em massa de milhões de imigrantes ilegais, com o uso de militares. “Eles [os imigrantes] estão envenenando o sangue de nosso país”, afirmou, em um comício, em dezembro de 2023.
Trump também defendeu o corte dos impostos, e o aumento de tarifas nos produtos importados nos comícios que fez.
Ao longo da corrida presidencial, no dia 13 de julho, quando ainda enfrentava o candidato Joe Biden, Trump sofreu um atentado a tiros durante um comício na Pensilvânia.
O ex-presidente foi atingido de raspão na orelha e retirado às pressas por agentes federais. O autor dos disparos era um jovem de 20 anos que foi morto durante o atentado.
O favoritismo de Trump cresceu em meio à comoção pelo atentado, ao mesmo tempo em que ficou maior a pressão para que Joe Biden desistisse da corrida presidencial pelo Partido Democrata. Uma semana depois do atentado, o presidente dos Estados Unidos desistiu de disputar a reeleição, e Kamala Harris o substituiu como a nova candidata democrata.