Trump relativiza assassinato de jornalista e declara apoio a sauditas
Em nota divulgada nesta terça-feira (20), presidente dos EUA disse que Arábia Saudita é um parceiro estratégico em um acordo de quase US$ 500 bilhões
Internacional|Fábio Fleury, do R7
Em uma comunicado divulgado nesta terça-feira (20), o presidente dos EUA, Donald Trump, relativizou o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi e declarou apoio incondicional à Arábia Saudita.
No texto, ele afirma que o rei Salman e o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman negaram ter ordenado a morte do jornalista, que era colunista do jornal Washington Post, mesmo após a CIA ter concluído que a operação não poderia ter sido realizada sem o conhecimento do príncipe, que comanda todos os aspectos do governo do país.
"Nossas agências de inteligência continuam a estudar as informações, mas pode ser que o príncipe herdeiro tivesse conhecimento desse acontecimento trágico — talvez ele tivesse, talvez não tivesse", disse Trump na nota.
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"Crime terrível"
O presidente norte-americano chama o crime de "terrível" e fala das sanções que os EUA implementaram contra 17 sauditas envolvidos no assassinato. Mas em momento nenhum condena o país pelo crime, que aconteceu no inícioi de outubro no consulado da Arábia Saudita em Istambul na Turquia.
Além disso, Trump reafirmou a importância dos sauditas como parceiros comerciais e estratégicos dos EUA e relembrou um acordo para que eles invistam até US$ 450 bilhões (quase R$ 1,7 trilhão) nos próximos anos em seu país.
"Desses US$ 450 bilhões, US$ 110 bilhões (cerca de R$ 413 bilhões) vão ser gastos na compra de equipamentos militares de grandes empresas norte-americanas. Se nós tolamente cancelarmos os contratos, a Rússia e a China seriam muito beneficiadas e ficariam muito felizes em fazer todos esses negócios", justificou Trump.
"O mundo é um lugar muito perigoso!"
Trump começa a nota afirmando que "o mundo é um lugar muito perigoso!" e termina dizendo que, nesse "lugar perigoso", quer garantir que seu país continue defendendo seus interesses.
Ele também diz que a Arábia Saudita só financia o governo do Iêmen, em uma das guerras mais sangrentas em andamento no mundo, para que o Irã não se fortaleça na região.